1) 2 Tessalonicenses 2:2-3
“Não vos movais facilmente do vosso
entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por
epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém, de
maneira alguma, vos engane, porque não
será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição”. Isto tem sido interpretado
como significando que o dia do Senhor vindo para Sua Igreja [o Arrebatamento],
não se dará até que o anticristo e a grande apostasia na tribulação tenham se
manifestado.
Isto é um erro por duas razões. Primeiro, é um grande engano supor que
“o dia do Senhor” é o Arrebatamento.
A Escritura não diz assim. Há pelo menos 20 principais referências ao “dia do
Senhor” na Palavra de Deus. Algumas delas se referem ao seu começo na Aparição
de Cristo (2 Ts 2:2; 2 Pe 3:10; 1 Ts 5:2, etc.). Outras referências são uma
advertência de ele estar “perto.”
Sinalizado pelo ataque do Rei do Norte, o que acontecerá logo antes do seu
começo (Jl 1:15, 2:11; Sf 1:7-20; Zc 14:1-2, etc.). Mas nenhuma delas se refere ao “dia do Senhor” como sendo o Arrebatamento!
É uma presunção falar assim e isto deriva de não se pesquisar a Escritura
cuidadosamente (At 17:11).
O “dia do Senhor” é o dia de julgamento que começa na Aparição de
Cristo, aproximadamente sete anos depois do Arrebatamento, no final da
tribulação. É o tempo quando Cristo irá publicamente intervir nos caminhos do
homem na Terra, afirmando Seu poder universal e autoridade sobre o céu e a
Terra. Irá se estender por 1.000 anos (2 Pe 3:8-10), isto é, pelo Milênio. O Arrebatamento,
entretanto, nunca é visto como um dia de julgamento, mas antes, o tempo quando
o Noivo e a noiva são alegremente unidos.
Agora com este entendimento sobre “o dia do Senhor,” podemos ver que o
apóstolo Paulo estava dizendo em 2 Ts 2:2-3. Ele mostra aos Tessalonicenses que
“o dia do Senhor” não poderia estar próximo deles, pois o anticristo e a grande
apostasia tinham que acontecer antes. Paulo não está nem mesmo falando do Arrebatamento
neste versículo.
É muito surpreendente o quanto este versículo é aplicável aos nossos
dias embora tenha sido escrito há quase 2.000 anos. Falsos mestres estão
novamente em ação propondo o mesmo mal que estava aborrecendo os
Tessalonicenses. E estão usando os mesmos três métodos que tinham sido usados
nos dias de Paulo!
Primeiro, “por espírito”
(v. 2); os falsos mestres reivindicavam que tinham recebido uma revelação
espiritual dada a eles.
Segundo, “por palavra” (v. 2);
estavam aplicando erradamente a Escritura do Antigo Testamento para apoiar seus
ensinamentos.
Por último, “por epístola, como
que de nós” (v. 2); isto é, eles, na realidade, tinham ido tão longe a
ponto de produzir uma epístola com suas ideias errôneas nela e reivindicando
que eram de Paulo.
Assim é hoje, os que ensinam essas doutrinas erradas também reivindicam
que receberam isso por meio de alguma revelação especial de Deus. Estão também
tentando usar as Escrituras para apoiar suas ideias e estão usando o ministério
de Paulo [tal como 2 Ts 2:2-3] e ensinando que Paulo ensinava que a Igreja
deveria passar pela tribulação. Isto em princípio, é o mesmo que aqueles
mestres daquele tempo fizeram; usar o nome de Paulo e colocá-lo em seus falsos
ensinamentos. Tentam fazê-lo dizer algo que Paulo nunca disse. Esta é a razão
de ele mencionar no final de sua epístola, que ele escreveu a saudação de
próprio punho, assim nenhum engano poderia ocorrer (2 Ts 3:17).
A outra razão porque essa aplicação é errônea, é que ela destrói a
iminência da vinda do Senhor. A vinda do Senhor [o Arrebatamento] está sempre
presente na Escritura como algo que poderia acontecer a qualquer momento. Os
que pensam que a Igreja deva passar pela tribulação zombam da ideia de que Ele
poderia vir hoje, porque pensam que isto é uma violação direta de sua
interpretação de 2 Ts 2:2-3. Entretanto, Paulo e os outros apóstolos
encorajavam os santos da época a aguardar a vinda do Senhor! Eles se esforçavam
para colocar a proximidade da vinda do Senhor diante da Igreja de modo que isto
seria uma esperança presente. Estão essas pessoas dizendo que os apóstolos
estavam errados em fazer isso? Paulo disse, “Mas a nossa cidade [ou cidadania] está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso” (Fl 3:20-21). Ele também
disse, “Porque ainda um poucochinho de
tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37). “Porque a nossa salvação está, agora, mais
perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é
chegado.” (Rm 13:11-12) “Isto,
porém, vos digo, irmãos: que o tempo se abrevia” (1 Co 7:29). “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em
Cristo ressuscitarão primeiro; Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”
(1 Ts 4:16-17). Neste último versículo, Paulo se coloca entre os que estão
esperando pela vinda do Senhor, quando diz “nós”
[Veja também 1 Co 15:51-52 – “nós”]. Isso era algo que ele esperava mesmo
naqueles dias do início da Igreja. Tiago também, disse, “Porque já a vinda do Senhor está próxima.” (Tg 5:8) Pedro
disse, “Eis que já está próximo o fim de
todas as coisas” (1 Pe 4:7). João disse, “Filhinhos, é já a última hora” (1 Jo 2:18). Isto mostra que os apóstolos
ministraram de um tal modo que colocavam, diante deles, a vinda do Senhor como
algo que poderia ocorrer durante o tempo de suas próprias vidas.
Ensinar que alguns eventos devam acontecer antes que o Senhor venha,
tais como, a ascensão do anticristo e os horrores da tribulação, seria uma
direta contradição aos ensinos dos apóstolos. Destruiria a iminência da “bendita esperança” (Tt 2:13 - ARA).
Certamente a Escritura não ensinaria algo em um lugar e contradiria isso em
qualquer outro lugar.
Tirando essa “bendita esperança” da Igreja irá fazer com que nos
acomodemos neste mundo. Isto é exatamente o que acontece numa grande medida. É
essencialmente dizer, “O meu Senhor
tarde virá” (Mt 24:48). Por esta mesma razão, o próprio Senhor Jesus nunca
nos disse quando iria retornar. Mas
disse, “Certamente cedo venho” (Ap
22:20).
O teste para todo ministério é, “Ele ocupa o coração com Cristo?” Esse
tipo de ensino errôneo faz qualquer coisa, menos isto! Ao invés de esperar pela
vinda de Cristo, leva os santos a esperar pelas coisas em volta no mundo – pelo
anticristo, etc. A Igreja é para estar esperando a vinda de Cristo, não a vinda
do anticristo.