sábado, 16 de junho de 2018

A Cidade Celestial – Jerusalém

A Jerusalém celestial[1], que é a Igreja – a noiva de Cristo, será vista nos céus. A descrição da cidade, dada em Apocalipse 21:9-22:5, é simbólica do lugar na administração que a Igreja terá no mundo vindouro – o Milênio.
A cidade celestial terá “um grande e alto muro” de “jaspe” (diamante). Um “muro”, na Escritura, fala de separação. A cristalina resplandescência de um “diamante” fala da glória de Deus. Assim, a cidade será caracterizada pela exclusão de tudo aquilo que é inconsistente com a glória de Deus. Tudo o que não estiver de acordo com a santidade de Deus não será admitido lá.
A cidade celestial terá “doze portões” de “pérola” (Ap 21:12-13, 21). Um “portão” na Escritura é um lugar de administração e julgamento (Gn 19:1, 9; Dt 25:1, 7; Js 20:4; Rt 4:1, 10-11; Pv 31:23). O número “doze” significa perfeição administrativa (Mt 19:28, 23:53; Ap 12:1). Isto indica que o governo e administração do “mundo vindouro” (o Milênio) estarão sob Cristo e a Igreja (“o Cristo” – Ef 1:10 – JND). Nós ajudaremos o Senhor no governo do mundo (Lc 19:16-19; Mt 24:47; Hb 2:5-8). A “pérola” indica que a Igreja será manifestada como algo precioso ao coração de Cristo (Mt 13:45-46). Assim, o mundo irá aprender naquele dia que Cristo amou a Igreja e Se deu a Si mesmo por ela (Ef 5:25). O mundo também conhecerá que a Igreja é amada pelo Pai, assim como o Pai ama o Filho (Jo 17:23).
Os nomes das “doze tribos dos filhos de Israel” estarão escritos nos portões (Ap 21:18). Isto não significa que Israel se tornará parte da Igreja, mas que Israel restaurado estará sob a administração da Jerusalém celestial (Nota: Não é dito deles estarem na cidade, mas nos muros fora da cidade). A execução do governo de Deus na Terra será por meio de Israel (Mq 5:8), e os doze apóstolos terão um lugar especial nessa administração (Mt 19:28).
A cidade celestial será de “ouro puro” semelhante “a vidro puro” (Ap 21:18). Isto indica que será toda de Deus, do que nos fala o puro ouro. Ser “puro” significa que toda impureza nos santos terá desaparecido. Sendo como “vidro puro” significa que seu estado será de uma imutável santidade e pureza.
Os “fundamentos do muro da cidade” serão de várias “pedras preciosas” (Ap 21:19-20). Haverá uma variedade de pedras na cidade, sendo todas preciosas. Isto fala de vários indivíduos tendo suas distintas glórias refletidas.
A medida da cidade celestial será “quadrada” como um cubo de aproximadamente 2.200 km cada lado se tomados literalmente. Entretanto o livro de Apocalipse deve ser interpretado de maneira simbólica (Ap 1:1 – “significou”[2] – TB). Isto indica que o governo universal dos céus e da Terra será executado com perfeição administrativa.
Não haverá templo na cidade celestial “porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21:22).
Haverá uma “praça [rua – TB] de “ouro puro” na cidade (Ap 21:21). Uma “rua” – que é o meio pelo qual se passa da companhia de uns para os outros – fala de comunhão e comunicação. Na cidade celestial haverá apenas uma rua. Isso significa que a comunhão e a comunicação lá serão todas divinas (“puro ouro”). Assuntos mundanos e carnais não serão discutidos lá.
Na cidade celestial haverá “um rio puro da água da vida” (Ap 22:1). Isto fala da abundância de bênçãos fluindo para todos.
No meio da praça (rua) haverá “a árvore da vida” (Ap 22:2). Isto indica que Cristo será o alimento de vida para a cidade. Ele sustentará cada um com tudo que é necessário para perfeito gozo e felicidade. As “folhas” da árvore serão “para a cura das nações”. Isto significa que a bênção não será confinada à cidade celestial. As nações na Terra irão receber bênçãos vindas de Cristo também. As nações que estiveram em guerras e lutas por milhares de anos irão ser curadas de disputas e discórdias naquele dia.
Não haverá “noite” na “cidade celestial”. Não haverá necessidade de uma luz criada (o Sol) ou de uma luz refletida (a Lua), ou uma luz artificial (uma vela), porque a sempre existente glória de Deus será a luz lá. A cidade será resplandecente de glória divina (Ap 21:23-24, 22:5).
Os santos celestiais reinarão sobre a Terra (Dn 7:18, 22; Hb 12:22; 2 Co 5:1).
Os santos celestiais serão como o Senhor moralmente porque a natureza caída pecaminosa deles desaparecerá (1 Jo 3:2).
Os santos celestiais serão como o Senhor fisicamente também (Fp 3:21). O corpo deles será glorificado como o d’Ele. Como o Senhor estará no “orvalho da Tua mocidade” e eles serão feitos como Ele, serão restaurados ao primor da vida (Sl 110:3). Os santos envelhecidos cujas faculdades mentais e físicas estiveram outrora falhando, terão sua vitalidade juvenil renovada e grandemente aprimorada em seus corpos glorificados. Eles nunca verão a morte ou corrupção novamente (1 Co 15:42-57; 2 Co 5:1-4).
Sendo glorificados, os santos celestiais terão suas capacidades físicas e mentais grandemente aumentadas. Terão a capacidade de, dos céus visitar a Terra e se deslocarem pela Terra num momento, como demonstrado pelo Senhor quando Ele ressuscitou de entre os mortos (Lc 24:30-35). Terão também a capacidade de passar através de objetos físicos tais como paredes, etc. (Lc 24:36-43; Jo 20:19-29). Não terão, contudo, onisciência, onipotência ou onipresença, os quais são atributos que pertencem somente à deidade.
O Senhor será visível e adorado por aqueles na cidade celestial (Ap 22:4).
A Jerusalém celestial será visível sobre a Jerusalém terrena (Is 4:5-6; Ap 21:9-22:5).




   [1] N. do A.: Existem três “Jerusalém” que não devem ser confundidas: Jerusalém celestial (Hb 12:22; Ap 21:10-22:5), que é a Igreja estabelecida em administração nos céus no Milênio; Jerusalém terrena (Jr 3:17, 30:18; Sl 48; Ez 48:15-20), que é o lugar de habitação do príncipe e de outros santos, provavelmente da família real de Davi durante o Milênio; e a nova Jerusalém (Ap 21:2), que é a cidade dos santos no Estado Eterno. Todas são chamadas santas (Ap 21:2, 10; Jl 3:17)

[2] N. do T.: “Significar é indicar por meio de sinais ou indícios” – Michaelis – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa

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