sábado, 11 de abril de 2020

1) 2 Tessalonicenses 2:2-3

“Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto [o dia do Senhor é presente – JND]. Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha [sem que tenha vindo primeiro – JND] a apostasia e se manifeste [e tenha se manifestado – JND] o homem do pecado, o filho da perdição”. Esta Escritura tem sido tomada para significar que o dia que o Senhor vem para Sua Igreja (o Arrebatamento) não acontecerá até que o anticristo e a apostasia durante a grande tribulação tenham se manifestado. Como o anticristo se levanta na tribulação, e o “dia do Senhor” acontece depois disso, então a Igreja terá que estar na tribulação.
O erro aqui é supor que “o dia do Senhor” é o Arrebatamento. A Escritura diz que o “dia do Senhor” começa na Aparição de Cristo e não no Arrebatamento. Ela diz: “antes de chegar gloriosamente o grande dia da Aparição do Senhor” (At 2:20 – JND). Há pelo menos 20 referências ao “dia do Senhor” na Palavra de Deus. Algumas delas se referem ao seu começo, na Aparição de Cristo (2 Ts 2:2; 2 Pe 3:10; 1 Ts 5:2, etc.). Outras são advertências de esse dia estar “perto”, indicado pelo ataque do rei do norte, que acontecerá logo antes do início desse dia (Jl 1:15, 2:11; Sf 1:7-20; Zc 14:1-2, etc.). Mas não há Escritura dizendo que o Arrebatamento dos santos ocorra no “dia do Senhor”. Se os que discordam disso insistirem que o Senhor leva a Igreja ao céu no dia do Senhor, então apresentem a Escritura que afirme essa afirmação. Tais suposições vêm de não examinar cuidadosamente as Escrituras (At 17:11; 2 Tm 2:15).
O “dia do Senhor” é um período de julgamento que começa na Aparição de Cristo (2 Pe 3:4, 8-10); ele não começa no Arrebatamento. O “dia do Senhor” é o período quando Cristo irá publicamente intervir nos caminhos do homem na Terra, afirmando Seu poder universal e autoridade em julgamento. Esse dia irá se estender por 1.000 anos (2 Pe 3:8-10 – o Milênio). O Senhor não estabelecerá publicamente Seus direitos na Terra, intervindo em julgamento no Arrebatamento; Ele levará a Igreja para o céu e deixará o mundo continuar com seu mal, momento em que o mundo ocidental receberá o anticristo. O Arrebatamento nunca é visto como um dia de julgamento para este mundo, mas como o momento quando o Noivo e a noiva são alegremente unidos.
Entendendo essas coisas simples e básicas a respeito do “o dia do Senhor”, poderemos ver imediatamente que Paulo não estava falando sobre o Arrebatamento em 2 Tessalonicenses 2:2-3. Ele estava mostrando aos Tessalonicenses que “o dia do Senhor” e os julgamentos que o acompanhavam, não poderiam estar presentes entre eles, pois o surgimento do anticristo e a grande apostasia da Cristandade professa tinham que acontecer antes.
Infelizmente, há pessoas que ainda estão propondo o mesmo erro que estava incomodando os tessalonicenses. Eles estão perturbando os Cristãos, dizendo-lhes que deveriam se preparar para a tribulação porque a Igreja iria passar por ela. E, ironicamente, eles estão usando hoje os mesmos três métodos (em princípio) para propor seu erro como os falsos mestres estavam fazendo nos dias de Paulo!
  • Primeiro, “por espírito” (v. 2) – os falsos mestres reivindicavam que tinham recebido uma revelação espiritual dada a eles pelo Senhor.
  • Segundo, “por Palavra” (v. 2) – os falsos mestres estavam aplicando erradamente a Escritura do Velho Testamento para apoiar seus ensinamentos errados.
  • Terceiro, “por epístola, como que de nós” (v. 2) – isto é, eles, na realidade, tinham ido tão longe a ponto de produzir uma epístola com suas ideias erradas nela e dizendo que a epístola era de Paulo.
Aqueles que ensinam essas doutrinas erradas também dizem que receberam isso por meio de alguma revelação especial de Deus. Estão também tentando usar as Escrituras para apoiar suas ideias e estão usando inclusive o ministério de Paulo (tal como nesta passagem) e dizendo que ele ensinava que a Igreja deveria passar pela tribulação.
Outra razão porque essa interpretação é incorreta, é que ela destrói a iminência da vinda do Senhor. A vinda do Senhor (o Arrebatamento) está sempre presente na Escritura como algo que poderia acontecer a qualquer momento. Os que pensam que a Igreja deva passar pela tribulação depreciam a ideia de que Ele poderia vir a qualquer momento, porque pensam que isto é uma violação direta à interpretação deles a respeito de 2 Tessalonicenses 2:2-3, que afirma que o anticristo tem que surgir antes. Entretanto, Paulo e os outros apóstolos se esforçavam para colocar a proximidade da vinda do Senhor diante da Igreja de modo que isto seria uma esperança presente. Paulo disse, “Mas a nossa cidade (ou cidadania) está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso” (Fp 3:20-21). Ele também disse, “Porque ainda um poucochinho de tempo, e O que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37). “Porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado” (Rm 13:11-12). “Isto, porém, vos digo, irmãos: que o tempo se abrevia” (1 Co 7:29). “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares” (1 Ts 4:16-17). Neste último versículo, Paulo se coloca entre os que estão esperando pela vinda do Senhor, quando diz “nós” (Veja também 1 Co 15:51-52 – “nós”). Isso era algo que ele esperava mesmo naqueles dias do início da Igreja. Tiago também, disse, “Porque a vinda do Senhor está próxima.” (Tg 5:8) Pedro disse, “Eis que já está próximo o fim de todas as coisas” (1 Pe 4:7). João disse, “Filhinhos, é já a última hora” (1 Jo 2:18). Isto mostra que os apóstolos ministraram de um tal modo que colocavam, diante deles, a vinda do Senhor como algo iminente.
Ensinar que alguns eventos devam acontecer antes que o Senhor venha, tais como, a revelação do anticristo e os horrores da tribulação, seria uma direta contradição ao ensino dos apóstolos. Destruiria a iminência da “bendita esperança” (Tt 2:13 – ARA).
O triste efeito de tirar a “bendita esperança” da Igreja irá fazer com que nos acomodemos neste mundo. Isto é exatamente o que aconteceu numa grande medida. É essencialmente dizer, “O meu Senhor tarde virá” (Mt 24:48). Por esta mesma razão, o Senhor nunca nos disse quando iria retornar. Mas disse, “Certamente cedo venho” (Ap 22:20).

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