quarta-feira, 27 de junho de 2018

4) As Invasões de Nabucodonosor e dos Caldeus na Época de Zedequias

A condição das coisas entre os judeus no período um pouco antes à queda de Jerusalém, no tempo dos reis, é análoga às condições que prevalecerão entre os judeus que serão trazidos de volta e reunidos em sua terra no princípio da tribulação. É um prenúncio dos eventos futuros (Mt 12:43-45).
Os judeus, sob o seu ímpio rei Zedequias (Ez 21:25), abandonaram o Senhor e desprezaram os avisos de Jeremias, o profeta (Jr 37:2). A terra encheu-se de iniquidade, violência (Ez 22), e idolatria (Ez 8). Foi também uma época em que a fome e a pestilência prevaleceram (Jr 14:1-22). Os judeus irão se encontrar novamente em condições similares durante a grande tribulação. A multidão de judeus apóstatas que voltará a se ajuntar em sua terra, irá se colocar também sob um rei iníquo (o anticristo), como Ezequias e será entregue a toda sorte de iniquidade, violência (Sl 10-11), e idolatria (Ap 13:14-15). Haverá também um remanescente de judeus piedoso que será perseguido por pregar a Palavra de Deus (Ap 14:1) dos quais Jeremias e Baruque são uma figura.
Deus trouxe juízo sobre o Seu culpado povo de outrora ao levantar Nabucodonosor e seu exército caldeu, o qual é uma figura[1] do rei do norte em profecia. Nabucodonosor possuía uma grande coalizão de muitas nações que o auxiliaram (Jr 34:1; 2 Rs 24:1-2; Ob 11-14; Hc 2:5). Eles são uma figura da confederação Árabe que ajudará o rei do norte (Sl 83:5-8). Nabucodonosor desceu vindo do norte (Jr 1:13-15, 4:6-7, 6:1-9, 22, 10:22, 13:19-20, 25:9-11, 46:20) e assolou toda a terra (Jr 25:9-11). Ele destruiu a cidade de Jerusalém e o templo (Jr 52). Quando seus exércitos estavam destruindo Jerusalém, Zedequias, o iníquo rei dos judeus, fugiu (Jr 52:7-11), exatamente o que fará o falso messias, o rei voluntarioso, o anticristo (Zc 11:17; Jo 10:12-13). Após Nabucodonosor haver destruído Jerusalém, ele enganou alguns de seus próprios aliados cujos países estavam localizados ao redor de Israel e os saqueou[2] (2 Rs 24:7; Ob 7; Jr 25:9). Os exércitos confederados sob o rei do norte irão fazer o mesmo.
Nabucodonosor continuou, então, a sua conquista em direção ao sul indo até o Egito e derrotando os seus exércitos (Jr 46:13-26). Tudo isso é um prenúncio impressionante do futuro profético quando o rei do norte passará impetuosamente pela terra de Israel até entrar no Egito (Dn 11:40-45). Isto corresponde ao ponto nº 2 do sumário.
Historicamente, após Nabucodonosor haver completado suas conquistas pela terra de Israel até o Egito, Deus julgou Babilônia. (Isso aconteceu aproximadamente 32 anos após a queda do Egito). O julgamento de Babilônia figurativamente fala do julgamento dos poderes ocidentais – o Império Romano restabelecido sob a liderança da besta. Deus levantou Ciro, rei da Pérsia, para executar o juízo sobre a Babilônia (Is 45). Ele é chamado de “ungido” do Senhor e é, obviamente, uma figura de Cristo. Isto também prenuncia os eventos vindouros, pois após o rei do norte haver passado pela terra em direção ao Egito, a confederação ocidental (a Babilônia política) virá do Ocidente e será julgada pessoalmente pelo Senhor quando vier do céu (Ap 16:17-21). Estes são os pontos nº 3 e nº 4 do sumário.
Após Ciro haver conquistado Babilônia (com a ajuda de Dario, o medo – Dn 5:30-31) ele liberou os judeus e deu ordens para reconstruir Jerusalém (Is 45:13; Ed 1:1-4). Trata-se de uma figura da libertação que o remanescente judeu receberá na Aparição de Cristo. Historicamente, Babilônia manteve os judeus em cativeiro e os terá outra vez em escravidão quando a besta e o anticristo assumirem o controle da terra de Israel na última metade da semana. Na queda do Império Romano restabelecido (os poderes ocidentais) juntamente com seus líderes – a besta e o anticristo – a terra e os judeus (o remanescente) que estiverem nela, serão libertados[3].
É interessante notar que em Daniel 9, os 70 anos de cativeiro (vs. 1-2) estão conectados com as 70 semanas da profecia. Daniel orou pela libertação dos judeus após os 70 anos terem expirado, mas Deus revelou a ele que a completa e final libertação dos judeus não aconteceria até que se passassem 70 semanas de anos (490 anos). Aprendemos com isso que a libertação dos judeus da Babilônia no passado é uma pequena figura da libertação vindoura que o remanescente judeu piedoso terá da Babilônia (política) do livro de Apocalipse, e que acontecerá no final das 70 semanas de Daniel[4] (Dn 9:24-27). A profecia de Jeremias acerca da histórica libertação dos judeus da Babilônia (Jr 50:4-8), vai além da aplicação imediata (como a maioria das profecias do Velho Testamento fazem) e vê a aplicação estendida que irá ser cumprida nos últimos dias de Israel. Ele inclui em suas profecias, a volta das dez tribos que não aconteceu naqueles dias, mas que acontecerá no futuro (Jr 50:17-20). Isto corresponde ao intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 no sumário.
Entender o cenário histórico das épocas em que viveram os profetas do período babilônico[5] não somente nos dá uma antevisão dos eventos futuros como também nos fornece a chave para entendermos muitas de suas profecias, conforme demonstrarão os esboços que se seguem.




    [1] N. do A.: “Sempre pensei em Nabucodonosor, na sua condição de conquistador, como sendo uma figura dos assírios nos últimos dias” – J. N. Darby, “Notes and Comments”, vol. 4, pág 14.

    [2] N. do A.: W. Kelly, “Minor Prophets”, pág. 195-196; “Isaiah”, pág. 269; F.A. Tatford “The Prophet of Edom’s Doom”, pág. 26-28, 35; J. N. Darby,“Synopsis of The Books of the Bible”, vol.2, em “Obadiah”.

    [3] N. do A.: J. N. Darby, “Notes and Comments”, vol. 4, pág. 14, 94.

   [4] N. do A.: J. N. Darby, “Synopsis of The Books of the Bible”, vol. 2, pág. 353, Morrish Edition.

    [5] N. do A.: Há três períodos principais nos quais os profetas profetizaram; o período assírio, o período babilônico e o período medo-persa.
Os profetas do período assírio são Isaías, Oseias, Joel, Amós, Jonas, Miqueias e Naum. Eles cobrem um período que vai desde o tempo do aparecimento do poder Assírio até a sua destruição; Naum é o que apresenta a sua queda.
Os profetas do período babilônico são Jeremias, Ezequiel, Daniel, Obadias, Habacuque e Sofonias. Estes cobrem o período babilônico, da sua ascensão à supremacia mundial até a sua queda; Daniel apresenta sua destruição.
Os profetas do período medo-persa são Ageu, Zacarias e Malaquias. Eles profetizaram na época em que os medos e os persas detinham o poder.

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