A história das invasões assírias na época de Acaz e Ezequias
dão-nos outra mostra figurada dos eventos futuros.
Acaz reinou como rei em Jerusalém numa época da história de Israel
em que eles se encontravam num estado de bastante fraqueza (2 Rs 16:1-4). Acaz
é uma figura do anticristo, o rei voluntarioso (Dn 11:36-39) que reinará sobre
os judeus apóstatas durante a grande tribulação. Acaz foi culpado de haver
removido o altar de Jeová e estabelecido um deus estranho em seu lugar[1] (2
Rs 16:10-18). Sua atitude, ao remover o altar de Jeová e seus vasos (2 Cr 28:24,
29:19), é uma figura daquilo que a besta e o anticristo farão na metade da 70ª semana
de Daniel, fazendo com que os sacrifícios e a adoração judaicos cessem (Dn 9:27;
12:11). O estabelecimento de um altar estranho no templo é uma figura da
ascensão da “abominação desoladora”
– a idólatra imagem da besta (Dn 12:11; Mt 24:15; Ap 13:14-15).
Por volta dessa época, os assírios iniciam suas invasões vindos do
norte para a terra de Israel. Tendo já conquistado o reino da Síria (2 Rs 16:9)
e algumas cidades da região norte de Israel (2 Rs 15:27-29), os assírios
estavam ameaçando tomar o resto da terra de Israel. O rei de Israel, ao invés
de se voltar para o Senhor em busca de ajuda, chamou ao rei do Egito, que veio
para a terra com seus exércitos (2 Rs 17:1-4; Is 7:18-19). Profeticamente isto corresponderia
ao ponto
nº 1
do sumário.
Isso inflama a ira do rei da Assíria que desce do norte
conquistando “toda a terra” (2 Rs
17:5-6). Deus permitiu que Israel fosse julgado naquela ocasião em virtude de seu
pecado de idolatria (2 Rs 17:7-23). Havendo conquistado a terra de Israel, os
assírios prosseguem e tomam Asdode, a cidade principal dos filisteus (Is 20:1),
e então continuam em sua conquista até o Egito, derrotando os egípcios e seus confederados
(Is 20:4-6). Isto corresponde ao ponto nº 2 do sumário.
Então o iníquo rei Acaz (uma figura do anticristo) morreu e foi
substituído em seu trono pelo bom rei Ezequias, o qual é uma figura de Cristo[2] (2
Cr 29:1-2). O surgimento de Ezequias nessa ocasião prefigura a vinda de Cristo (a
Aparição), em cuja ocasião o anticristo será removido em juízo (Ap 11-15,
19:11-20; 2 Ts 2:8). Isso acontecerá no ponto nº 4 do sumário.
Quando Ezequias foi entronizado em Jerusalém, ele reuniu Judá (os
judeus) para que oferecessem um sacrifício pelo pecado (2 Cr 29:21-24), o que
era, na prática, um reconhecimento de que haviam pecado (Compare Zc 12:10-14;
Sl 51). Em seguida eles ofereceram ofertas queimadas e ofertas de ações de
graças (2 Cr 29:27-36). Ezequias buscou então reunir todo o Israel sob Jeová.
Ele enviou mensageiros para chamar todas as tribos de Israel para que viessem a
ele em Jerusalém celebrar a páscoa. Pessoas de diversas tribos de Israel se
humilharam e vieram participar da celebração (2 Cr 30). A expiação foi feita
por todo o Israel. Então eles limparam a terra da idolatria e estabeleceram uma
ordem verdadeiramente piedosa sob o comando de Ezequias (2 Cr 31). Isto figurativamente
fala do intervalo entre os pontos nº 5 e nº
6 do sumário, quando os judeus (as duas tribos) e as dez tribos de Israel serão
restauradas ao Senhor.
Após ter sido estabelecida uma ordem piedosa na terra sob
Ezequias, os assírios desceram mais uma vez provenientes do norte, sob a
liderança de Senaqueribe, para derrotar o reino de Ezequias. Assim que o
exército de Senaqueribe chegou próximo a Jerusalém, o anjo do Senhor saiu e os massacrou
(2 Cr 32:21; 2 Rs 19:35). Senaqueribe e os assírios[3]
são uma figura bem conhecida na profecia, da invasão final comandada por Gogue (Rússia)
que será derrotada pelo Senhor. Este é o ponto
nº 6 do sumário.
Após os exércitos de Senaqueribe terem sido vencidos, Deus exaltou
Ezequias aos olhos de todas as nações sobre a Terra, de forma que muitos
trouxeram presentes a ele (2 Cr 32:22-23). Da mesma maneira, após cessarem as
guerras, a glória de Cristo se espalhará por todo o mundo durante o Milênio (Is
66:19; Hc 2:14; Ml 1:11; Sl 68:29, 72:10, 19).
[3] N. do A.: As primeiras
invasões dos assírios sob Tiglate-Pileser (2 Rs 15:27-29), Salmanasar (2 Rs
17:3-6) e Sargom (Is 20:1), que prosseguiu com sucesso pela terra de Israel até
o Egito, é uma figura do primeiro ataque dos assírios na profecia (o rei do
norte e sua confederação árabe – Dn 11:40-43). As últimas invasões dos assírios
sob Senaqueribe, que foram detidas pelo anjo de Jeová, prefiguram a Rússia e
suas hordas que serão destruídas pelo Senhor (Ez 38-39).
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