Ezequiel talvez seja um dos mais completos esboços proféticos, uma
vez que cobre quase todos os pontos do sumário.
Os primeiros 23 capítulos contêm testemunhos de Deus contra os
judeus em geral por causa do pecado e idolatria. Os capítulos 22 e 23 resumem a
triste condição deles como corrupta diante de Deus; tanto os seus profetas como
os sacerdotes, rei, príncipes e povo. Como consequência, no capítulo 24 Deus traria
juízo sobre Judá e Jerusalém por intermédio dos exércitos de Nabucodonosor que
desceriam provenientes do norte, e destruiriam a cidade e queimariam o templo.
Os capítulos 25 ao 28 nos dá um relato de como os seus exércitos
se espalharam pelos países ao redor de Israel saqueando-os também. Amom, Moabe,
Edom, Filisteus, Tiro e Sidom, todos partilharam do mesmo juízo à medida que
Nabucodonosor invadia a terra de norte a sul.
Em seguida os capítulos 29 e 30 mostram que ele seguiu para o
Egito e os destruiu, bem como aos seus aliados. Outra vez, essas batalhas foram
historicamente cumpridas na época de Nabucodonosor, mas foram registradas nas
Escrituras em virtude de seu significado profético. Vendo o ensino figurado por
detrás dessas conquistas históricas de Nabucodonosor, nos dá a verdade
profética ainda a ser cumprida num dia vindouro.
Os capítulos 24 a 30, portanto, são outra prefiguração das invasões
militares do rei do norte citadas no ponto nº 2 do sumário.
O capítulo 31 mostra o julgamento dos assírios, se não de uma
forma completa, pelo menos depois do seu primeiro ataque. Este seria o ponto nº 5 no sumário.
Os assírios são outra figura do futuro invasor do norte em profecia.
O capítulo 32 é uma lamentação por todos os que caíram e cairão em
batalha. Julgamento é a obra estranha a Deus (Is 28:21). Ele não tem prazer
nisso, ao contrário, lamenta que deva ser feito.
Os capítulos 33 a 37 mostram a restauração de Israel e o seu
restabelecimento na terra. Um remanescente de judeus em Israel atenderá aos
avisos de Deus (33:1-20), e será poupado – Isso é ilustrado por aquele que
escapa de Jerusalém quando ela é ferida (33:21-29). Os pastores de Israel (os
falsos líderes do governo maligno do anticristo estabelecido na terra) serão
removidos e substituídos pelo verdadeiro Pastor de Israel – Cristo (Ez 34). No
capítulo 35, enquanto Israel está a ponto de ser restaurado, seu velho inimigo
Edom é avisado do juízo vindouro. Capítulo 36 contém a promessa do Senhor de
restaurar a terra de Israel após a sua assolação (vs. 1-20), e de restaurar o
povo a ela (vs. 21-38). As dez tribos são, em seguida, vistas no capítulo 37,
como sendo revivificadas, voltando à sua própria terra e se unindo com as duas
tribos (judeus) sob o reinado de Cristo. Os capítulos 33 a 37, portanto, referem-se
à restauração de Israel no intervalo entre a destruição do rei do norte e da
Rússia (Gogue).
Os capítulos 38 e 39 apresentam o ataque de Gogue (Rússia) às recém-reunidas
tribos de Israel. Este é o ponto nº 6
do sumário.
O capítulo 39:9-10 faz referência a Israel despojando seus
inimigos. Este é o ponto nº 7
do sumário.
Os capítulos 40 a 48 apresentam o início do reino de Cristo sobre a Terra
(Milênio), a construção do templo e a divisão da terra de Israel pelas doze
tribos para habitarem nela.
O julgamento de Babilônia (figurativamente o julgamento dos
poderes ocidentais) não é mencionado em Ezequiel. Sua ausência é notória. A
razão óbvia é que Ezequiel estava cativo em Babilônia e não cabia a ele, que
devia se sujeitar ao cativeiro (Jr 29), falar contra os poderes governamentais
que estavam investidos de autoridade.
Sendo assim, Ezequiel permaneceu em silêncio quanto ao julgamento
de Babilônia. Da mesma forma, Daniel, na Babilônia, também não se referiu ao
seu julgamento (a não ser de forma velada) até a noite exata em que ela foi
julgada (Dn 5).
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