Salmo 79 apresenta os efeitos das invasões
dos exércitos do rei do norte num dia vindouro, expressos pelos lamentos do
remanescente judeu piedoso. Esses exércitos passarão pela terra de Israel
destruindo tanto a cidade de Jerusalém quanto o templo (Dn 11:40-42). O
remanescente judeu crente clamará a Deus quando vir a terra de sua herança
sendo assolada pelos invasores vindos do norte. Rogarão a Deus que derrame
rapidamente Seu juízo sobre eles. Isso é uma referência ao tempo em que o ponto nº 2 do sumário se cumprirá.
Salmo 80 mostra que, enquanto aguarda pela
intervenção de Deus, o remanescente elevará uma tríplice oração pela
restauração da nação (vs. 3, 7, 19). Eles falam a Deus acerca de Israel, sob a
bem conhecida figura da “vinha”,
recordando-Lhe Seu maravilhoso cuidado para com eles em tempos passados (vs.
1-11). Confusos e atribulados, perguntam a Deus por que permitiu que Sua
herança fosse pisoteada por um “javali”
selvagem (uma referência aos exércitos de gentios impuros sob o comando do rei
do norte – o primeiro ataque dos assírios) e “queimada pelo fogo” (vs. 12-16). Eles rogarão que a mão de Deus
esteja sobre o Varão da Sua destra (o Messias), reconhecendo que a única esperança
deles de salvação está n’Ele (vs. 17-19).
No Salmo 81, o remanescente é
visto prevendo a restauração nacional de Israel. Eles anelam pelo soar da
trombeta na Lua nova (a festa das trombetas – Lv 23:23-25) simbolizando a
reunião nacional de Israel e sua restauração (vs. 1-5). O Senhor, buscando
aprofundar Sua obra no coração deles, falará com eles e irá recordá-los que quando
clamaram a Ele no passado, e Ele os libertou, logo em seguida se rebelaram (vs.
6-16). Eles não foram sinceros, e o exercício do coração deles em voltar-se
para Ele não foi profundo o suficiente. Nisto, testa a sinceridade do desejo
que o povo tem por Ele. O Senhor então testifica, que se provassem sua
sinceridade ouvindo Sua Palavra e andando em Seus caminhos, Ele certamente os
livraria de todos os seus inimigos.
Salmo 82 mostra que a presença de Deus se
tornou conhecida em Israel. Isso aconteceu em razão do retorno do Senhor à
Terra (Sua Aparição) em resposta ao clamor do remanescente nos salmos anteriores.
Ele é visto julgando aqueles que estiveram em posição de autoridade na terra de
Israel (isto é, o anticristo e seus oficiais de governo – Dn 11:39). Como o
julgamento deve começar pela casa de Deus (1 Pe 4:17), aqueles que estão em posições
de responsabilidade na terra são julgados primeiro (v. 7). Alguns desses
líderes, aparentemente, escaparão dos exércitos do rei do norte quando estes
invadirem a terra. O anticristo (e talvez alguns outros oficiais abaixo dele) fugirá
no momento do ataque (Zc 11:17; Is 22:19; Jo 10:13; Jr 39:4). Entretanto, eles
não escaparão do julgamento do Senhor na Sua Aparição.
O Senhor, em Seu ministério terrenal, aplicou este salmo por ocasião de
Sua primeira vinda (Jo 10:34), mas não falou do julgamento associado a ele
naquele tempo, pois Ele havia vindo em graça. Mas quando Ele vem pela segunda
vez (a Sua Aparição), os acontecimentos deste salmo se cumprirão. Julgamento
será executado sobre os judeus apóstatas em Israel, começando com os líderes
responsáveis. Esse salmo, portanto, descreve o julgamento que o Senhor
executará no dia em que vier para libertar o piedoso remanescente judeu. Isso
acontece no ponto nº 4 do sumário.
Deve-se notar que a besta (a confederação ocidental) não é mencionada
sendo julgada nesse salmo, embora o seja nessa ocasião. Isso porque as nações
ocidentais não são exatamente o assunto dos Salmos: Daniel e Apocalipse têm
mais a dizer sobre o Ocidente. J. N. Darby disse, “Parece-me que, pelo menos no
que diz respeito aos resultados, que o anticristo se encontra fora de cena
quando acontece o Salmo 83. Este salmo se cumpre após a destruição de todos os poderes da besta”[1].
Após o julgamento ser executado sobre a massa apóstata de judeus, o remanescente
crente pedirá ao Senhor que julgue as nações gentias (v. 8).
Com o Senhor agora sendo visto como tendo retornado a Terra, o Salmo 83 mostra que, em resposta ao
clamor do remanescente, Seus juízos não se restringirão aos líderes de Israel,
mas também se estenderão às nações gentias sob a Assíria. O juízo por Ele
executado sobre essas nações é devido ao profundo ódio delas pelo povo terrenal
de Deus, os judeus (vs. 1-8). Este juízo está correlacionado a duas
significativas vitórias na história de Israel (Baraque e Gideão – Jz 4-8),
quando Deus interveio em favor deles na planície de Megido (Armagedom). Aquelas
vitórias prefiguravam este julgamento (vs. 9-17). Isto corresponde ao ponto nº 5 do sumário.
Como resultado da destruição dessas nações sob a Assíria, o Nome do
Senhor – “JEOVÁ” torna-se conhecido
sobre a Terra (v. 18). Este é Seu nome revelado a Israel no novo concerto, e
quer dizer que agora Ele restabeleceu Sua relação com eles; ou, pelo menos, com
o remanescente piedoso.
O título do Salmo 84 confirma
que o remanescente foi libertado, com isso se referindo aos “filhos de Coré” (Coré e seu grupo
representam os judeus apóstatas, que no dia vindouro, se afastarão do Senhor.
Quando Deus julgou Coré, misericordiosamente poupou seus “filhos”. Eles são uma figura do remanescente – Nm 16:1-35, 26:10-11).
O salmo prossegue, descrevendo os fiéis israelitas em sua jornada à sua
terra. Quem poderiam ser esses, senão as dez tribos de Israel que, como
sabemos, virão a terra após o retorno do Senhor? (Mt 24:29-31) Começará a
levantar-se o desejo pelo Senhor brotando no coração deles. Como verdadeiros
israelitas almejarão estar no lugar terrenal que lhes é próprio, os “átrios do Senhor”. Invejarão os
pardais e andorinhas que encontraram lugar para si na casa de Jeová e desejarão
estar ali também (vs. 1-4).
Anelando por Deus e por Sua habitação, Seus eleitos começarão uma jornada
à sua terra prometida (vs. 5-8). O versículo 5 poderia ser mais bem traduzido
como, “Felizes são os homens... cujos corações estão nas estradas para
Sião” (JND). Compare também Is 11:15-16, 19:23, 35:8-10, 49:9-12. Seu
caminho à terra de Israel os levará pelo “vale
de Baca” (que significa “pranto”), o que indica que haverá uma obra de
arrependimento no coração deles à medida que retornam (Sl 84:6; Jr 31:9, 18-21).
Irão “de companhia a companhia” (Sl
84:7 – margem da KJV). Isso é uma referência aos peregrinos de Israel que irão
aumentando em número à medida que encontram outros grupos de seus irmãos no
caminho, até existir uma enorme multidão dirigindo-se a Sião.
O salmo termina com o desejo do povo de ver seu Messias (“Teu Ungido”), ao Qual eles reconhecem
como seu “Sol e Escudo” (vs. 9-12).
No Salmo 85, as tribos de
Israel são vistas trazidas de volta desde os quatro ventos e estabelecidas em
sua terra prometida (Mt 24:31). Nessa ocasião o “dia da expiação” terá seu cumprimento. Seus pecados serão
perdoados e a ira de Deus será afastada deles (vs. 1-3).
Este salmo mostra que haverá uma restauração adicional na alma deles após
serem exteriormente libertados e trazidos de volta à sua terra, mas antes de
estarem em total liberdade para desfrutar as bênçãos do reino. É algo como a “festa das trombetas” que é seguida
pelo “dia da expiação” (Lv 23:23-32).
A “festa das trombetas” fala do remanescente arrependido de Israel sendo
restaurado à sua terra (Sl 84), mas o “dia da expiação” fala Do remanescente
arrependido de Israel sendo restaurado ao Senhor (Sl 85). As duas acontecem
juntas.
Em cumprimento da figura da “bezerra
ruiva” (Nm 19), as tribos em retorno virão “ao terceiro dia” (Nm 19:12) em sua jornada de volta à terra (Jr
31:9, 18-21; Sl 84:6). Mas quando chegarem a terra e virem ao Senhor, entrarão
no “sétimo dia”, que é quando se
cumprirá o “dia da expiação” (Nm 19:19-20; Is 53; Sl 85; Zc 13:6; Lv 23:26-32).
Este salmo 85 mostra o exercício da alma dos israelitas, que os conduzirá
a sua completa restauração no “dia da expiação”.
O rogo contínuo deles ao Senhor para que desvie deles Sua ira, demonstra que, a
princípio, não estão certos de que Sua graça está completamente sobre eles.
Isso revela que ainda não estão em paz em sua alma (vs. 4-7).
Conhecendo o coração deles e vendo seu genuíno arrependimento, o Senhor
porá um fim em seus temores e dúvidas. Ele lhes mostrará novamente a cruz – a
obra que Ele consumou ali, fazendo expiação por eles. Ele os instruirá no
verdadeiro significado da cruz, onde “misericórdia”
e “verdade” se encontraram, e “justiça” e “paz” se beijaram (vs. 8-10). Israel (todas as doze tribos) sentirá
grande alívio quando perceber a graça e a bondade do Senhor. Como resultado,
sua confiança n’Ele estará firmemente estabelecida (vs. 12-13).
Salmo 83:18 até Salmo 85:13, correspondem ao intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 do sumário.
Salmo 86 mostra que, embora o remanescente de
Israel (as dez tribos) tenha retornado à sua terra (Sl 84), e sido restaurado
ao Senhor (Sl 85), eles ficarão angustiados mais uma vez. Isso, por conta de
mais inimigos cercando sua terra. Tratam-se do “ajuntamento de homens violentos” (v. 14 – TB) – os assírios[2] (o
segundo ataque sob Gogue). Essa angústia os leva a clamar ao Senhor que os
preserve (vs. 1-7).
Eles demonstram confiança n’Ele agora (sendo restaurados) de que Ele Se
levantará em poder e derrotará os inimigos que se juntaram contra eles. O
reconhecimento que têm de Seu poder é indicado pelo fato de usarem sete vezes o
nome “Senhor” (Adonai) que se refere
ao exercício do Seu todo-poderoso senhorio na Terra. Anteriormente referiam-se
a Ele como “SENHOR” (Jeová) (vs. 8-10).
Eles relembram a maravilhosa libertação operada pelo Senhor em seu favor,
destruindo seus inimigos anteriores, e agora confiam que Ele fará o mesmo ao “ajuntamento de homens violentos” (TB)
que se levantou contra eles (vs. 13-17). O caráter dessas hordas infiéis é
revelado em que eles não colocaram o Senhor diante de si (v. 14).
Israel restaurado demonstra perfeita confiança no Senhor de que Ele os
salvará dessa enorme confederação (vs. 15-17). Isto explica o ponto nº 6 do sumário.
No Salmo 87, todos os inimigos
da Terra são vistos derrotados, e Sião (Jerusalém) estabelecida como a cidade
de Deus. Estudiosos dizem que a ocasião histórica em que este salmo foi
escrito, corresponde à época após a libertação de Jerusalém, quando os
exércitos de Senaqueribe, rei da Assíria, foram destruídos (2 Cr 32:21-23). Se
isso estiver correto, a colocação deste salmo é muito significativa, pois
Senaqueribe é uma bem conhecida figura de Gogue (o segundo ataque dos assírios).
No início deste Salmo é assumido que os exércitos de Gogue foram julgados e o reino
de glória em Sião está manifestado (vs. 1-3).
O remanescente de Israel (as dez tribos particularmente) aprenderá acerca
das várias nações que foram julgadas na terra deles antes que voltassem para
ela (“Raabe” – Egito; Is 51:9; Sl 89:10;
“Babilônia” – os poderes ocidentais).
Eles não estavam na terra quando essas nações foram julgadas e saberão disso
após seu acontecimento (v. 4).
Quando o Milênio começa, a fama do povo de Jeová se espalhará por todo o
mundo (Is 61:9; Sf 3:3-19). Eles serão conhecidos entre os homens como aqueles
que foram nascidos de Deus e estão conectados por graça a Sião (v. 4). O Senhor
manterá um registro de cada um, entre as nações, que forem nascidos de novo.
Isso é indicado pelo versículo que diz “os
povos” (no plural). Nas Escrituras, quando se diz, “os povos” (no plural), é uma referência às nações; quando se diz, “o povo” (no singular), trata-se de
Israel (v. 6).
O Milênio é visto como tendo começado pelo uso do nome do Senhor, “o Altíssimo”, que será Seu nome quando
reinar publicamente sobre a Terra (v. 5). O versículo final indica que todo o
gozo terrenal naquele dia será centralizado e terá sua origem em Sião, onde o
Senhor está (v. 7; Ez 48:35).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Neste apêndice, tratamos de mais de cem capítulos da Bíblia. Não houve
nenhum que se desviasse da ordem de eventos no sumário apresentado no começo do
apêndice. Fomos, portanto, supridos com uma abundância de evidências na
Escritura, quanto a sua ordem sequencial.
Existem outros esboços nos profetas e nos Salmos que poderiam ser
incluídos para também confirmar a ordem das batalhas na “indignação”. No entanto, acreditamos que os esboços aqui citados
são suficientes.
[1] N. do A.: J. N. Darby, “Notes and Comments”, vol. 3, pág. 174; A. C. Gaevelein, “The Book of the Psalms”, pág. 317.
[2] N. do A.: “Creio que o
homem ímpio seja o anticristo; o homem violento, os inimigos subsequentes dos
judeus, os assírios” J. N. Darby “Notes and
Comments”, vol. 3, pág. 264. Homens violentos (ou “tiranos”) é um título
apropriado para os assírios. Eles eram particularmente conhecidos por sua
violência e crueldade (Jn 3:8).
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