quarta-feira, 27 de junho de 2018

11) Isaías 7–9:7


Este é apenas um dos muitos esboços no livro de Isaías que confirmam a ordem das batalhas apresentada do sumário.
As circunstâncias em que Isaías foi chamado a profetizar eram numa época de fraca condição espiritual de Israel, nos dias do rei Acaz. Como já mostramos, o ímpio rei Acaz é uma representação do anticristo, o falso messias e o rei voluntarioso dos judeus no futuro. Ele abandonou ao Senhor e deu lugar a um deus estranho (um altar idólatra) no templo (2 Rs 16:10-18; 2 Cr 29:19). Isto é uma prefiguração do anticristo instituindo uma imagem idólatra da besta no templo (Dn 9:27, 12:11; Mt 24:15; Ap 13:14-15).
Notícias chegaram ao rei Acaz de que dois de seus inimigos, que antes agiam de forma independente, haviam unido forças com um plano para derrotar a casa de Davi – a linhagem real em Jerusalém (Is 7:1-2). Ainda que esses inimigos tenham causado grande dano ao reino de Acaz, não tiveram sucesso em vencer o rei Acaz nessa ocasião (2 Cr 28:6, Is 7:1). Além disso, inimigos de outras nações vizinhas estavam pressionando contra Acaz (2 Cr 28:17-18). Deus permitiu isso, porque o rei e o povo haviam abandonado ao Senhor (2 Cr 28:6). Estes acontecimentos ilustram as pressões que cairão sobre os judeus quando estiverem novamente na terra de Israel na tribulação. Haverá “guerras e rumores de guerras”; “se levantará nação contra nação e reino contra reino” (Mt 24:6-7, compare também Sl 83:1-4).
Isaías foi enviado com seu filho Sear-Jasube a Acaz com uma mensagem de Deus. Ele é uma figura do remanescente judeu que testificará para a nação apóstata na tribulação. A mensagem de Isaías para o rei foi para que ele se valesse da proteção do Senhor. Ele lhe disse que não temesse, mas se voltasse para o Senhor e descansasse n’Ele. Também disse que os desígnios de seus inimigos (“tições fumegantes”) não prevaleceriam, nem tampouco aconteceriam; porque o Senhor esmagaria esses inimigos se Acaz tão somente se voltasse ao Senhor e cresse (Is 7:2-9).
O Senhor também encorajou Acaz para que Lhe pedisse um sinal, se não tivesse fé para crer em Sua Palavra anunciada pelo profeta Isaías, dessa forma o Senhor iria provar-Se a Acaz. Entretanto, Acaz recusou-se a pedir um sinal, afirmando que não desejava tentar ao Senhor nem Lhe aborrecer (Is 7:10-13). A falta de fé do rei Acaz é figura da impiedade e apostasia que caracterizarão o anticristo. Ele não terá respeito “ao Deus de seus pais” (Dn 11:37; Sl 10:4). Por Acaz não confiar no Senhor, nem pedir por um sinal, o próprio Senhor dará um sinal mesmo assim. Emanuel será dado ao povo, nascido de uma virgem (Is 7:14). Isto se cumpriu no nascimento de Cristo (Mt 1:21-23).
Antes de Sear-Jasube (filho de Isaías) chegar à idade de ser considerado responsável (discernindo o bem e o mal), a terra de Israel seria assolada. O Senhor traria sobre a terra o rei da Assíria. Isso de fato aconteceu quando Acaz, após recusar se beneficiar da ajuda do Senhor, contratou os exércitos assírios para ajudá-lo (2 Rs 16:7-9). Mas o que ele não percebeu foi que os assírios também tinham seus interesses na terra de Israel. Eles estavam completamente dispostos a vir e destruir os inimigos de Acaz, mas não parariam aí. Tomariam o reino de Acaz também! Assim, ao chamar os assírios, Acaz estava, na verdade, trazendo o juízo governamental de Deus sobre si mesmo e sobre o povo na terra (Is 7:15-16).
O capítulo continua para mostrar que o Senhor poderia estar por trás da invasão. Ele estava trazendo esses exércitos invasores para Israel, pois Seu povo O havia abandonado e precisava ser humilhado e trazido ao arrependimento. Ele “assobiaria” não só para que viessem os assírios, mas também os egípcios. A “mosca que há no extremo dos rios do Egito” simboliza os exércitos do rei do Egito. As “abelhas que andam na terra da Assíria” representam os exércitos da Assíria. Mas observe a ordem. Primeiro assobia-se para a mosca, e então para a abelha! (Is 7:17-18) Esta é precisamente a ordem dos pontos nº 1 e nº 2 do sumário. Ainda que estas coisas se tenham cumprido apenas em parte na história, existem detalhes mencionados na última parte do capítulo que ainda não aconteceram. Isto demonstra que existe uma aplicação futura para estas profecias que ainda aguarda seu cumprimento.
O estrago causado na invasão assíria é comparado ao de um barbeiro. Eles “rapariam” a terra de tudo o que nela havia. As pessoas e a vegetação seriam cortadas. Depois daquela devastação cresceriam ali apenas “sarças e espinheiros” (Is 7:19-20, 23-25).
Em meio aos anúncios solenes do juízo vindouro, Isaías fala também da misericórdia que Deus teria para com um remanescente do Seu povo, após a terrível invasão ter produzido neles os efeitos desejados. Na Sua ira Ele Se lembra da misericórdia (Hc 3:2). Existe um futuro brilhante que aguarda o remanescente de Israel. As profecias de Isaías apontam para o dia do Milênio, quando a terra de Israel será abençoada por Deus, produzindo uma agricultura com surpreendentes resultados (Is 7:21-22).
O capítulo 8 fornece mais detalhes da invasão assíria. Para advertir o povo acerca da certeza e proximidade do juízo vindouro, é dito a Isaías que dê a seu próximo filho o nome de Maer-Salal-Hás-Baz, que quer dizer, “apressando-se ao despojo” (v. 1). Isso era para ilustrar o que os Assírios fariam em breve. Isaías profetiza que antes que a criança pudesse aprender as palavras mais simples, os assírios já teriam tomado o reino da Síria e o reino ao norte de Israel (Is 8:1-4).
Isaías novamente menciona o motivo de ser enviado o juízo. O povo recusou a proteção do Senhor – “as águas de Siloé” (paz), então Ele daria a eles “águas do rio” Eufrates – um símbolo dos exércitos da Assíria. Essa invasão foi comparada a um barbeiro no capítulo 7, mas agora se assemelha a uma impetuosa enchente de águas subindo do rio Eufrates e inundando a terra de Israel. Compare Is 17:12-13, 28:15, 18; Dn 11:40. As “asas” ou bandas do enorme exército assírio encheriam toda a largura da terra. Essa invasão semelhante a um dilúvio chegaria “até ao pescoço”, quase afogando a população. Apenas um remanescente do povo sobreviveria à devastação (Is 8:5-8).
Isaías avisa às nações que se associaram à confederação dos assírios que serão “feitas em pedaços”. Aqui é descrita a fé do remanescente judeu piedoso. Sua fé é tanta que mesmo com a terra sendo devastada, eles estão convictos de que Deus julgará este inimigo. Não falam sobre os detalhes de quando e como, apenas que o julgamento cairá sobre eles. Sua fé os faz dizer sem hesitar, “porque Deus é conosco”. Isto é o que quer dizer “Emanuel” (Mt 1:23). Mesmo que Emanuel não tenha Se manifestado ainda (Is 8:17), sua fé e esperanças estão firmemente estabelecidas n’Ele (Is 8:9-10; Sl 80:17).
Ao remanescente fiel (representado na pessoa do profeta Isaías) é dito pelo Senhor que não tome parte em nada relacionado à conspiração, antes, que santifique “ao Senhor dos Exércitos” em seu coração e que só n’Ele repouse (Is 8:11-14; Sl 20:7). Muitos dos judeus (apóstatas) tropeçarão e serão enganados pelo anticristo, mas o remanescente judeu piedoso é encorajado a fortalecer o testemunho entre aqueles que são fiéis e a esperar pelo Senhor (Is 8:15-18).
Quando o anticristo e seus partidários corruptos lançarem seus enganos idólatras, o remanescente também será aconselhado (provavelmente pela voz dos profetas entre eles – os masquilim) a não receber nada disso; mas antes a testar todas as coisas pela “Lei e o Testemunho” – a Santa Palavra de Deus (Is 8:19-20).
Os últimos versos do capítulo nos apresentam o terrível fim daqueles judeus apóstatas que receberam o anticristo e confiaram nele. Quando os assírios (o rei do norte) começarem a assolar a terra, o anticristo os abandonará, deixando-os em angustia! (Zc 11:17; Is 22:19; Jo 10:13) Esses pobres judeus apóstatas que pensaram que seu (falso) messias e “rei” poderia milagrosamente libertá-los de todos os seus problemas, descobrirão que foram enganados por um “pastor inútil” (Zc 11:17). Em desespero amaldiçoarão “ao seu rei e ao seu Deus” (Is 8:21). Em meio a uma névoa de escuridão espiritual, olharão confusos para os céus e para Terra, mas não encontrarão auxílio. Dois terços dos judeus na terra de Israel serão massacrados naquele tempo quando da invasão dos exércitos assírios (Zc 13:8). Que triste fim! (Is 8:21-22)
Os capítulos 7:17 até 8:22 nos fornecem detalhes a respeito da invasão descritas no ponto nº 2 do sumário.
Enquanto os judeus apóstatas estarão chegando ao seu final, envolvidos nas trevas espirituais que o anticristo trará sobre eles (Is 8:22), o remanescente piedoso dos judeus será libertado. “Mas para a que estava aflita não continuará a obscuridade” (Is 9:1 – TB). O remanescente piedoso, que esteve “angustiado” durante a terrível perseguição trazida pela besta e o anticristo, receberá libertação. Logo após “o dilúvio do açoite” (Is 28:15, 18) (o primeiro ataque dos assírios – Is 7:17, 25, 8:7-8) passar varrendo tudo até a terra do Egito, o remanescente piedoso, que teve que passar por aquele tempo de trevas espirituais na grande tribulação, verá “uma grande luz”. Isso se refere ao resplendor da Aparição de Cristo (2 Ts 2:8). Nessa ocasião o Senhor aparecerá repentinamente, não em Jerusalém, mas ao norte da terra de Israel. Exatamente como nos dias do ministério terrenal do Senhor, será a Galileia, não Jerusalém, que terá a honra de ter Sua presença primeiro. “Ele envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios” (Is 9:1). O Senhor permitirá que a parte norte da terra (na verdade toda a terra) seja “envilecida” pelos assírios (o primeiro ataque) que invadirão e arrasarão a terra (Is 7:17, 25, 8:7-8). Mas, depois, o norte da terra será honrado primeiro por Sua gloriosa presença quando Ele vier (Sua Aparição). Esta é a mesma área de Megido – Armagedom. Armagedom tem uma referência especial ao julgamento do Senhor dos poderes ocidentais sob a besta (Ap 16:15-21, 19:19-20; Is 9:1-2). Essa “luz” ao norte da terra de Israel faz alusão a esse julgamento, ainda que não o mencione especificamente. Isto acontecerá na época do ponto nº 4 do sumário.
Alguns dos efeitos do retorno do Senhor são apresentados nos versículos seguintes. Ele não só libertará o remanescente judeu, como multiplicará a nação de Israel e aumentará o gozo dela. “Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste” (Is 9:3). Isto faz referência ao Senhor reunindo e restaurando a Israel. Isto corresponde ao intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 do sumário.
Então os versículos subsequentes falam novamente de guerra! Eles falam também do Senhor ferindo o “opressor”. Esta parece ser uma referência à Assíria em sua forma final sob Gogue. O Senhor não só restaurará Israel (Is 9:2-3), mas também removerá “o jugo” e a “vara” de seu opressor para sempre. O modo como o Senhor fará isso será “como no dia dos midianitas”, que é uma expressão frequentemente usada e que se refere ao Seu juízo para com Seus inimigos (Is 9:4-5, 10:26-27; Sl 83:9). Estas coisas correspondem ao ponto nº 6 do sumário.
Em seguida a esse julgamento, Cristo é visto tomando Seu lugar legítimo na Terra, como Rei sobre todas as coisas (Zc 14:9). Ele estabelecerá Seu reino milenar e “o governo estará sobre o Seu ombro” JND. Ele trará paz e justiça sobre a Terra naquele dia (Is 9:6-7).

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