sexta-feira, 15 de junho de 2018

A Interpretação da Profecia

Um importante princípio na interpretação das Escrituras é que, quando tomamos um versículo em particular ou uma série de versículos, isto deve ser feito à luz de todas as outras passagens das Escrituras. As Escrituras proféticas não são uma exceção. Não se chega ao entendimento de uma passagem específica da profecia ao isolarmos essa porção do resto da Palavra de Deus e, então, procurando por seu significado e explicação na própria passagem apenas. Se o que entendermos for a verdade, vai harmonizar com toda a Palavra de Deus. Consequentemente, precisamos ponderar cuidadosamente cada versículo da Escritura à luz de todos os outros. O apóstolo Pedro disse: Sabendo primeiramente isto: que [o escopo de – JND] nenhuma profecia da Escritura é [obtido – JND] de particular interpretação [dela – JND]. Porque a profecia nunca foi produzida [proferida – JND] por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo [sob o poder do – JND] Espírito Santo (2 Pe 1:20-21). J. N. Darby observou em nota de rodapé na sua tradução desse versículo: Quase que se pode dizer que nenhuma profecia se explica por si só”[1].
Além disso, Deus usa figuras e símbolos na profecia para revelar Sua mente em relação a um determinado assunto. É necessita cuidado de nossa parte para distinguir o que é simbólico e o que é literal. Além disso, qualquer que seja a figura que o Espírito de Deus possa utilizar figuras para ilustrar os caminhos de Deus, o escopo da profecia nunca é uma figura, mas é sempre literal. O Espírito de Deus também utiliza figuras na profecia para ilustrar o modo de Deus agir. Quando, neste livro, fizermos menção a alguma figura isso será marcado com um asterisco (*), a fim de ajudar o leitor a distinguir entre o que é a profecia literal e o que é um ensino figurado.
Acrescente-se que muitas profecias do Velho Testamento têm tanto uma aplicação próxima, que geralmente já se cumpriu no tempo de vida do profeta ou logo depois, e uma aplicação estendida, que pode chegar até ao fim dos tempos. Portanto é importante distinguir qual parte da mensagem se refere às circunstâncias imediatas, e qual parte fala do livramento final e completo de Israel, no fim dos tempos.




[1] N. do T.: Nota de rodapé ‘i’ em 2 Pe 1:20 da tradução de J. N. Darby: “Isto é, ‘não é explicada por seu próprio significado’, como uma afirmação humana. Deve ser entendida por meio do e de acordo com o Espírito que a proferiu. A ‘profecia’ é, eu entendo, o sentido da profecia, aquilo que ela significa. Ora, não se chega a isso por uma interpretação humana de uma passagem isolada que tenha seu próprio significado e sua própria solução, como se um homem a proferisse; pois ela é uma parte da mente de Deus, pronunciada por homens santos, movidos pelo Espírito Santo, para expressá-la. Na ‘profecia da Escritura’ o apóstolo tem em mente aquilo que é profetizado, sem perder a ideia da passagem. Daí eu tomei a liberdade de traduzir (2 Pe 2:20) como [o alcance de] nenhuma profecia da Escritura.... Quase que se pode dizer que nenhuma profecia se explica por si só”.

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