Um importante princípio na interpretação
das Escrituras é que, quando tomamos um versículo em particular ou uma série de
versículos, isto deve ser feito à luz de todas as outras passagens das
Escrituras. As Escrituras proféticas não são uma exceção. Não se chega ao
entendimento de uma passagem específica da profecia ao isolarmos essa porção do
resto da Palavra de Deus e, então, procurando por seu significado e explicação
na própria passagem apenas. Se o que entendermos for a verdade, vai harmonizar
com toda a Palavra de Deus. Consequentemente, precisamos ponderar
cuidadosamente cada versículo da Escritura à luz de todos os outros. O apóstolo
Pedro disse: “Sabendo
primeiramente isto: que [o escopo de – JND] nenhuma profecia da Escritura é [obtido – JND] de particular interpretação [dela
– JND]. Porque a profecia nunca foi
produzida [proferida – JND] por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo [sob o poder do – JND]
Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21). J. N. Darby observou em nota de rodapé na sua
tradução desse versículo: Quase que se
pode dizer que nenhuma profecia se explica por si só”[1].
Além disso, Deus usa figuras e símbolos na
profecia para revelar Sua mente em relação a um determinado assunto. É necessita
cuidado de nossa parte para distinguir o que é simbólico e o que é literal.
Além disso, qualquer que seja a figura que o Espírito de Deus possa utilizar figuras
para ilustrar os caminhos de Deus, o escopo da profecia nunca é uma figura, mas
é sempre literal. O Espírito de Deus também utiliza figuras na profecia para
ilustrar o modo de Deus agir. Quando, neste livro, fizermos menção a alguma
figura isso será marcado com um asterisco (*),
a fim de ajudar o leitor a distinguir entre o que é a profecia literal e o que
é um ensino figurado.
Acrescente-se que muitas profecias do Velho
Testamento têm tanto uma aplicação
próxima, que geralmente já se cumpriu no tempo de vida do profeta ou logo
depois, e uma aplicação estendida,
que pode chegar até ao fim dos tempos. Portanto é importante distinguir qual
parte da mensagem se refere às circunstâncias imediatas, e qual parte fala do livramento
final e completo de Israel, no fim dos tempos.
[1] N. do T.: Nota de rodapé ‘i’
em 2 Pe 1:20 da tradução de J. N. Darby: “Isto é, ‘não é explicada por seu
próprio significado’, como uma afirmação humana. Deve ser entendida por meio do
e de acordo com o Espírito que a proferiu. A ‘profecia’ é, eu entendo, o
sentido da profecia, aquilo que ela significa. Ora, não se chega a isso por uma
interpretação humana de uma passagem isolada que tenha seu próprio significado
e sua própria solução, como se um homem a proferisse; pois ela é uma parte da
mente de Deus, pronunciada por homens santos, movidos pelo Espírito Santo, para
expressá-la. Na ‘profecia da Escritura’
o apóstolo tem em mente aquilo que é profetizado, sem perder a ideia da
passagem. Daí eu tomei a liberdade de traduzir (2 Pe 2:20) como ‘[o alcance de] nenhuma profecia da Escritura...’. Quase que se pode dizer que nenhuma profecia se explica por si
só”.
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