quarta-feira, 27 de junho de 2018

13) Isaías 13-27


Os capítulos 13-14:27 são uma introdução a esta série de capítulos. Eles mostram, de uma maneira geral, que o juízo cairá primeiramente na Babilônia (os poderes ocidentais – a besta), antes de cair sobre a Assíria (o rei do norte e sua confederação árabe e, mais tarde, Gogue – Rússia). Este é o outro lado da história e mais uma vez prova que estas coisas têm aplicação para um dia futuro.
É importante notar que quando a Babilônia é julgada há duas pessoas particularmente em foco, como sendo especialmente culpadas e, portanto, sujeitas ao juízo de Deus. São eles os líderes responsáveis pelos poderes ocidentais: “o rei da Babilônia” (Is 14:4-11), que é uma figura do líder político da confederação de dez nações, e “Lúcifer” (Is 14:12-20) que, aparentemente é uma figura do anticristo[1]. Compare Ap 13:1-18, 19:20.
Havendo dado uma breve introdução, Isaías lista as várias nações que seriam tomadas quando os assírios viessem do norte. O esboço desses capítulos começa com Isaías 14:28. Essas profecias se cumpriram parcialmente nas conquistas de Tiglate-Pileser, Salmanasar e Sargom, reis assírios, mas elas apontam para os últimos dias quando os futuros assírios (o rei do norte – Dn 11:40-43) assolarão a terra. O lado histórico dessas Escrituras serve como pano de fundo para os eventos futuros da profecia. Filístia (Is 14:28-32), Moabe (Is 15-16), Damasco, a capital da Síria (Is 17) e a terra de Israel (Is 18), são vistas vindo a juízo por meio dos assírios.
É importante entendermos que essas pronunciações proféticas (e a maioria das outras) não só apresentam o ponto principal na sequência dos eventos em discussão, mas também cobrem outros detalhes ligados ao assunto, frequentemente apontando para o fim, quando o reino Milenar de Cristo for estabelecido. O capítulo 18, por exemplo, não narra apenas o ataque dos assírios à terra de Israel, o que é o ponto principal (vs. 4-6), mas também de que modo os judeus voltaram à sua terra (vs. 1-3).
Depois da terra de Israel ficar assolada (Is 18:5-6), a conquista assíria continua em direção ao Egito (Is 19), onde os egípcios e seus aliados, os etíopes (Is 20), também são julgados. Estes capítulos, 14:28 a 20:6, nos fornecem, portanto, uma surpreendente previsão, relacionada ao ponto nº 2 do sumário.
Em seguida “o deserto do mar”, a Babilônia, é julgada (Is 21). Esta é uma representação do julgamento dos poderes ocidentais liderados pela besta. Ciro (Is 45), o rei persa, foi especialmente levantado por Deus para executar esse juízo sobre a Babilônia. Ele é uma figura de Cristo, que pessoalmente julgará os exércitos da besta na Sua vinda (Ap 19:19-21). Estes são os pontos nº 3 e nº 4 do sumário.
Muitas outras coisas também ocorrerão quando o Senhor vier dos céus em Sua Aparição. Os próximos capítulos desenvolvem esses detalhes na forma de figuras e símbolos. Primeiro, Sebna, que ocupava uma posição no governo da casa de Davi, é removido de seu ofício e lançado como uma bola em lugar espaçoso (Is 22:15-19). Isto significa a remoção do anticristo, o falso messias dos judeus, que será lançado no lago de fogo na Aparição do Senhor (Ap 19:20). Então Eliaquim é trazido para substituir Sebna e o governo da casa de Davi é colocado em suas mãos. Isso é uma figura de Cristo[2] assumindo Seu lugar de direito no trono de Davi, como o verdadeiro Messias e Rei de Israel (Is 22:20-25). O capítulo 22 é outro exemplo da profecia indo além do ponto de discussão principal. Este capítulo mostra o anticristo sendo lançado fora, e Cristo sendo colocado em evidência, mas também faz uma recapitulação da pilhagem de Jerusalém (Is 22:1-14), por meio da qual podemos entender quando e como isso acontecerá. Ele será tirado na ocasião do ataque do rei do norte (Zc 11:17).
Então Tiro, representando o mundo comercial, também é julgado. Entendemos que isso significa que o corrupto sistema dos negócios comerciais será levado a julgamento (Is 23). Os últimos versículos do capítulo 23 apontam para o reino milenar de Cristo. Eles mostram que Tiro (os negócios comerciais) existirá novamente. No entanto, seu propósito será unicamente para o suporte do serviço ao Senhor.
Também aprendemos que a Terra (profética) será esvaziada das pessoas ímpias quando o Senhor vier (a Sua Aparição) para julgar os poderes ocidentais (Is 24). Essa obra é realizada pelos anjos (Mt 13:39-42, 24:39-41). Essa profecia prossegue para o julgamento dos anjos iníquos. Eles serão colocados numa “masmorra” e serão encerrados ali por “muitos dias” – isto quer dizer, durante o Milênio, depois do qual serão trazidos para fora, apenas para serem lançados no lago de fogo (Is 24:21-22). Depois de Deus haver limpado toda a cena, Cristo reinará em Jerusalém (Is 24:23). Estas coisas todas ocorrerão no período abrangido pelo ponto nº 4 do sumário.
Em Isaías 25, o remanescente piedoso que será libertado e restaurado ao Senhor nesse momento, elevará seu coração em louvor a Deus, por Sua intervenção em favor deles. Eles pacientemente esperaram pelo Senhor, e tendo Ele vindo para libertá-los, regozijam-se em Sua salvação. O remanescente celebrará sua libertação num cântico de louvor (Is 26). As dez tribos de Israel são também levantadas do pó da Terra, para se juntarem ao reavivamento nacional (Is 26:19; Dn 12:1-2; Ez 37). Isaías 25-26 corresponde ao intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 do sumário. À medida que continua “a indignação”, o Senhor encorajará a recém-revivida nação de Israel (todas as doze tribos) a se refugiar por um pouco de tempo, até que Ele tenha tratado com todas as nações hostis restantes na Terra (Is 26:20-21).
Em Isaías 27, após haver restaurado a Israel, o Senhor julgará “o leviatã”, a serpente veloz e tortuosa. A temível besta é um símbolo do poder de Satanás nas mãos dos assírios – o segundo ataque, sob Gogue (Rússia). No entanto, Israel, a vinha de Jeová, será preservado, por Seu divino cuidado, quando os assírios vierem à terra pela segunda vez (Is 27:1-5). Este é o ponto nº 6 do sumário.
Depois disso, Israel é visto num lugar de proeminência na Terra. Quando vier o Milênio, eles serão uma bênção para toda a Terra (Is 27:6 – JND).


   [1] N. do A.: J. N. Darby, Notes and Comments, vol. 4, pág. 32, 94. Alguns, entretanto, acham que Lúcifer é uma figura da pessoa da besta, o líder político do império e não o anticristo. Isto poderia muito bem ser correto, portanto, não iremos ser dogmáticos sobre isso.

   [2] N. do A.: J. N. Darby, Notes and Jottings, pág. 372, Collected Writtings, vol. 30, pág. 209.

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