quarta-feira, 27 de junho de 2018

14) Isaías 28–35

Os capítulos 28 e 29 formam uma introdução a essa série de declarações proféticos que contém seis “ais”. Estes capítulos relatam brevemente os dois ataques da Assíria. Os capítulos que se seguem à introdução fornecem mais detalhes da maravilhosa ordem desses eventos proféticos.
O capítulo 28 mostra as invasões dos exércitos assírios (o primeiro ataque) varrendo a terra de Israel, de norte a sul, sob a figura de uma violenta saraiva e um poderoso dilúvio. Efraim (um nome usado pelos profetas para indicar o reino do norte de Israel, do qual Samaria era a capital) foi o primeiro a sentir os efeitos causados pelos assírios (Is 28:1-13). Isso teve o seu cumprimento imediato nos dias de Tiglate-Pileser (2 Rs 15:27-29), Salmanasar (2 Rs 17:3-6) e Sargom (Is 20) e prefigura as futuras invasões do rei do norte.
Isaías continua para alertar os governantes em Jerusalém que o “dilúvio do açoite” (o ataque assírio) cairia também em Judá e Jerusalém, e que não haveria lugar onde pudessem se esconder dele. Na história, eles passaram por Judá em seu caminho em direção ao Egito, mas não tomaram Jerusalém. Isto mostra, mais uma vez, que a profecia de Isaías tem mais do que simples aplicação histórica. No dia vindouro, os assírios tomarão Jerusalém (Is 28:14-22). Este é o ponto nº 2 do sumário.
Na última parte do capítulo 28, Isaías faz uso de uma parábola para mostrar que depois que os assírios passassem pela terra, o Senhor restauraria Israel. Israel é visto como o lote de terra de Jeová, que Ele cuida como um Agricultor. O “lavrador” (os assírios) é contratado para revolver a terra (Israel), quebrando seus “torrões” (os judeus apóstatas). A isso, segue-se a semeadura de novas sementes na terra. O ato de trazer novas sementes e plantá-las na terra é uma figura das tribos dispersas de Israel sendo trazidas de volta à sua terra e plantadas ali (Am 9:15; Jr 24:6, 32:41). Isso resulta na produção de frutos para Deus (Is 28:23-29). A restauração de Israel à sua terra acontece no intervalo entre os dois ataques dos assírios.
Então, após Israel (um remanescente de todas as doze tribos) ser restaurado à sua terra e ao Senhor, o capítulo 29 mostra que haverá outro ataque por parte dos assírios (o segundo ataque – Gogue). Nesta ocasião, o ataque não terá êxito. “Ariel” (Jerusalém) será cercado por inimigos, mas o Senhor os julgará. Num “instante” a “multidão de estrangeiros” reunida contra Jerusalém será destruída. Israel será libertado do ataque dos exércitos tão rápido quanto acaba o sonho de quem acorda (Is 29:1-8). Ainda que a imediata aplicação desta profecia seja o julgamento dos exércitos assírios sob o comando de Senaqueribe (2 Rs 19:31-35), ela aponta para a futura libertação de Israel do ataque dos exércitos de Gogue. Este é o ponto nº 6 do sumário.
Na metade do capítulo 29, o profeta narra a condição moral do povo que atraiu as invasões dos assírios (Is 29:9-16). Então, na parte final do capítulo, o Milênio é visto sendo estabelecido, com a situação sendo invertida no que diz respeito a Israel. Os arrogantes assírios serão humilhados e eles (Israel), que haviam sido humilhados, serão exaltados. A insensibilidade de Israel dará lugar ao entendimento espiritual e seriedade no que diz respeito às coisas de Deus (Is 29:17-24).
Havendo relatado rapidamente na introdução os dois grandes deslocamentos dos assírios (Is 28-29), o profeta Isaías volta, para dar vários detalhes acerca daquelas circunstâncias.
O capítulo 30 expõe a condição de incredulidade dos judeus apóstatas na terra nos dias de Isaías, buscando proteção contra os assírios, que ameaçavam invadir a terra. Em sua incredulidade e recusa em confiar no Senhor para ajudá-los, eles procuraram auxílio nos egípcios (2 Rs 18:21-24). Isaías os avisa que a ajuda do Egito seria em vão (Is 30:7). Confiar no homem para obter ajuda é considerado como rebelião pelo Senhor; e consequentemente, Deus permitiria que o poder do Egito fosse despedaçado como um “vaso do oleiro” e seus homens dispersos pelos assírios. Da mesma forma os judeus seriam deixados como “uma árvore no topo da montanha, separada de seus ramos”, após a passagem dos assírios pela terra (Is 30:1-17). Isso, mais uma vez, prefigura os eventos vindouros. O Egito subirá à terra de Israel (mas no dia vindouro, não virão para protegê-los), e o rei do norte (primeiro ataque dos assírios) virá e os destruirá, assim como à terra de Israel. Estes são os pontos nº 1 e nº 2 do sumário.
Em seguida, é dado encorajamento àqueles (o remanescente judeu) que esperaram no Senhor. O Senhor promete que eles verão libertação, habitarão em paz em Sião e desfrutarão bênçãos no reino Milenar (Is 30:18-26). Ele promete também que os exércitos assírios que foram “como bordão nas Suas mãos” (Is 10:5-6, 30:31) serão abatidos pela voz do Senhor, e o rei do norte, o líder pessoal da confederação assíria, encontrará seu fim em “Tofete” – o lago de fogo (Is 30:27-33). Isto acontece no ponto nº 5 do sumário. Uma vaga referência é feita ao “rei” de Israel (anticristo) sendo lançado em “Tofete” também. Isso acontecerá no ponto nº 4 do sumário, mesmo que não seja mencionada a vinda do Senhor (a Sua Aparição).
No capítulo 31, Isaías enfatiza a insensatez de haverem confiado no braço de carne (Egito). Ele compara a força do Egito com o divino poder do Senhor de proteger a Sião. Também profetiza que o Senhor defenderá a cidade desse tempo em diante, como um leão ruge sobre a sua presa e um pássaro guarda seu ninho (Is 31:1-5).
Ele roga ao povo que se volte ao Senhor com sinceridade de coração e lance fora seus ídolos. Ele os assegura que então o Senhor trataria com os assírios (uma referência a qualquer ataque vindouro – Is 31:6-9). Os judeus que restarem na terra darão ouvidos às exortações e se converterão ao Senhor e serão restaurados nesse tempo. Isto acontecerá no intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 do sumário.
Consequentemente, com o arrependimento dos judeus e sua restauração, o Senhor tomará Seu lugar em Jerusalém como seu Rei. “Eis aí está que reinará um Rei com justiça” (Is 32:1). Israel irá refugiar-se sob Sua maravilhosa proteção (Is 32:2). Eles terão julgado a iniquidade deles e, como resultado, seus olhos estarão abertos e o coração pronto a entender a sabedoria divina (Is 32:3-14). Haverá também uma tremenda mudança na conduta de Israel quando habitarem em “lugares quietos de descanso” em sua terra prometida (Is 32:15-20; Ez 38:11). Este capítulo faz referência ao intervalo entre os pontos nº 5 e nº 6 do sumário.
Então, nos capítulos 33-34 a Assíria é, mais uma vez, colocada diante de nossos olhos. Mas, desta vez, em proporções ainda mais assustadoras. Trata-se de Gogue (Rússia) que assumirá o controle da Assíria em sua forma final. Esses exércitos descerão do norte para invadir a terra de Israel após as doze tribos estarem lá habitando em segurança, sob a proteção de Jeová. Esta poderia ser uma referência ao segundo ataque dos assírios.
Neste ponto, profeticamente, a Rússia, a grande Assíria, “despojou” antes a terra de Israel, usando para isso o rei do norte e sua confederação árabe (o primeiro ataque), que eram seus satélites (Dn 8:24). Mas ela (Rússia) “não foi despojado” quando o Senhor interveio pelo bem do remanescente judeu e julgou o rei do norte, porque ela não veio a terra com este na ocasião da invasão. A Rússia agiu “perfidamente (traiçoeiramente) com o rei do norte quando não veio em seu auxílio quando estava em perigo. (Dn 11:45 – “não haverá quem o socorra”); mesmo assim, o rei do norte foi fiel à aliança com a Rússia e não agiu traiçoeiramente com eles (Is 33:1).
Quando as notícias da aproximação dos exércitos chegarem às recém-restauradas tribos de Israel, o povo cairá de joelhos perante o Senhor. Eles clamarão com fervor por libertação (Is 33:2). Em resposta à oração do Seu povo, o Senhor, fiel à Sua promessa de defender Jerusalém (Is 30:4-5, 8), repentinamente põe o inimigo em fuga (Is 33:3-9). Ele os consumirá com “fogo” – um símbolo de juízo (Is 33:10-14). Estando os exércitos dos assírios (Gogue) destruídos, a última parte do capítulo mostra o tempo em que Israel estará, mais uma vez, desfrutando de tranquilo descanso em sua terra, tendo sobre si o Senhor, seu “Juiz”, “Legislador” e “Rei” (Is 33:15-24).
O capítulo 34 mostra detalhes da destruição dos aliados da Assíria (Gogue). Após haver destruído os exércitos de Gogue nas montanhas de Israel (Ez 39:1-5), a indignação do Senhor se estenderá até a terra de Edom, onde os exércitos das nações sujeitas a Gogue estarão se reunindo (Is 34:1-8, 63:1-6). O juízo do Senhor sobre esses exércitos confederados será tão severo, que a própria terra de Edom se tornará um deserto perpétuo (Is 34:9-15). Os capítulos 33-34 correspondem ao ponto nº 6 do sumário.
O capítulo 35 encerra essa série de capítulos com uma imagem do Milênio que se seguirá a esses juízos. A criação é vista sendo liberta do “cativeiro da corrupção” (Rm 8:21 – TB) e os redimidos do Senhor são vistos subindo a Sião com cânticos de eterno louvor (Is 35:1-10).

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