quarta-feira, 27 de junho de 2018

6) Jeremias 46-51

Os capítulos 34 a 45 nos dão detalhes concernentes à queda de Jerusalém e ao julgamento dos judeus por Nabucodonosor e os babilônicos. Como já vimos, isso prefigura a futura destruição de Jerusalém pelos exércitos confederados do rei do norte. Mas nos capítulos 46 a 51 Deus anunciou que se Ele iria julgar o Seu povo (os judeus), também julgaria as nações gentias. Os capítulos 46 a 51 enumeram dez nações gentias que seriam também julgadas: Egito, Filisteus, Moabe, Amom, Edom, Damasco (capital da Síria), Quedar, Hazor, Elão e Babilônia.
Embora esses julgamentos tenham se cumprido nos dias de Nabucodonosor, eles têm sido citados na Escritura como um prenúncio do que o rei do norte fará no dia vindouro quando a profecia for cumprida. A ordem dos julgamentos, como aparecem nestes capítulos, são prenúncios da ordem dos julgamentos que cairão no futuro. Um cuidadoso exame destas profecias irá mostrar que quando o Espírito de Deus as escreveu, tinha na realidade o fim dos tempos em vista. Algumas das coisas mencionadas não aconteceram na história e ainda esperam por seu cumprimento. Isto é verdade na maioria das profecias do Velho Testamento e nos faz entender que o Espírito tinha mais em mente que apenas a aplicação imediata a Nabucodonosor[1].
O capítulo 46 é uma profecia da famosa batalha histórica que deu a Nabucodonosor a inquestionável supremacia do mundo civilizado. Isto deu início aos “tempos dos gentios” (Lc 21:24). O Egito e seus aliados subiram, pela terra de Israel, ao encontro de Nabucodonosor e seus exércitos que desciam vindos do norte. Nos versículos 3 ao 12 temos a convocação dos exércitos egípcios e a ordem para marcharem para a terra de Israel. Isto é um prenúncio do ponto nº 1 do sumário.
Nabucodonosor derrotou os exércitos de Faraó e prosseguiu em direção ao sul, pela terra de Israel, entrando no Egito e conquistando também aquela terra (vs. 13-26). E então, nos capítulos 47 a 49, encontramos os vários países vizinhos, localizados ao redor de Israel, caindo sob o juízo por ocasião da passagem do exército de Nabucodonosor. Nós os vemos se dispersando e fugindo em todas as direções a fim de escaparem dos exércitos de Nabucodonosor, quando estes passam saqueando e pilhando. Este é um prenúncio do ponto nº 2 do sumário.
Em seguida, nos capítulos 50 e 51, vemos o julgamento da cidade de Babilônia. Isto não está se referindo a Nabucodonosor e seus exércitos caldeus conquistando, mas é uma futura referência ao rei Belsazar lá na terra da Babilônia uns 70 anos mais tarde. Está muito distante no tempo e circunstâncias daquilo que Nabucodonosor fez na terra de Israel. O juízo da Babilônia (a cidade), como mostramos, é figura do julgamento dos poderes Ocidentais sob a liderança da besta e do anticristo. Ciro, rei da Pérsia, executou, na verdade, o julgamento (Is 44:28-47:15). (Dario, o medo, o ajudou – Dn 5:30-31). Ciro é uma figura de Cristo que aparecerá com os exércitos celestiais no fim da grande tribulação para destruir os exércitos ocidentais assim que chegam do Ocidente.
O capítulo 51:1-2 descreve “um vento destruidor” e “padejadores” peneirando a palha na Babilônia, o que é uma figura do julgamento discriminatório executado pelos anjos na “ceifa” da terra profética – quando “será levado um e deixado o outro” (Mt 13:39-43, 24:40-41). Após esse julgamento peneirador ter sido executado, as pessoas na Babilônia (o Ocidente) são vistas como sendo poucas. Estes capítulos então são prenúncios dos pontos nº 3 e nº 4 do sumário.
Após Ciro haver julgado Babilônia, ele deu liberdade aos judeus que estavam cativos ali, e um remanescente deles retornou para sua terra (Is 45:13; Ed 1:1-4). Isso é apresentado também em Jr 50:4-20. A profecia, de fato, vai mais além do retorno dos judeus e contempla também a volta das dez tribos. Isto corresponderia à restauração de Israel descrita no intervalo do sumário antes da vinda de Gogue (Rússia) no ponto nº 6 do sumário.
Embora as profecias de Jeremias não cheguem até o julgamento de Gogue (Rússia), elas cobrem os quatro primeiros pontos do sumário e a restauração de Israel. Podemos ver mais uma vez que a ordem desses eventos é a mesma.




  [1] N. do A.: Infelizmente, muitos escritores que expuseram acerca dos escritos dos profetas do Velho Testamento não vão além da aplicação histórica e do seu cumprimento. No entanto, essas profecias devem conter algo mais do que uma simples aplicação histórica, do contrário, por que teriam sido incluídas na Escritura? Cremos que Deus registrou as batalhas entre esses antigos reis por eles prefigurarem eventos futuros. J. N. Darby disse: “Não posso duvidar que todas essas profecias de julgamentos se relacionam, numa perspectiva trazida mais próxima pela energia do Espírito, com os eventos dos últimos dias, os quais serão um completo cumprimento dos propósitos e intenções de Deus. Os julgamentos que Ele executou já estão parcialmente cumpridos na conquista de Nabucodonosor, mas ainda estão para ser completamente cumpridos mais tarde em favor de Israel. Porém, repito, a mente do Espírito vai muito além, e, de um certo modo, se estende até os últimos dias” (Synopsis of the Books of the Bible).

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