Os capítulos 34 a 45 nos dão detalhes concernentes à queda de
Jerusalém e ao julgamento dos judeus por Nabucodonosor e os babilônicos. Como
já vimos, isso prefigura a futura destruição de Jerusalém pelos exércitos
confederados do rei do norte. Mas nos capítulos 46 a 51 Deus anunciou que se Ele
iria julgar o Seu povo (os judeus), também julgaria as nações gentias. Os
capítulos 46 a 51 enumeram dez nações gentias que seriam também julgadas:
Egito, Filisteus, Moabe, Amom, Edom, Damasco (capital da Síria), Quedar, Hazor,
Elão e Babilônia.
Embora esses julgamentos tenham se cumprido nos dias de
Nabucodonosor, eles têm sido citados na Escritura como um prenúncio do que o rei
do norte fará no dia vindouro quando a profecia for cumprida. A ordem dos julgamentos,
como aparecem nestes capítulos, são prenúncios da ordem dos julgamentos que
cairão no futuro. Um cuidadoso exame destas profecias irá mostrar que quando o
Espírito de Deus as escreveu, tinha na realidade o fim dos tempos em vista.
Algumas das coisas mencionadas não aconteceram na história e ainda esperam por
seu cumprimento. Isto é verdade na maioria das profecias do Velho Testamento e
nos faz entender que o Espírito tinha mais em mente que apenas a aplicação imediata
a Nabucodonosor[1].
O capítulo 46 é uma profecia da famosa batalha histórica que deu a
Nabucodonosor a inquestionável supremacia do mundo civilizado. Isto deu início aos
“tempos dos gentios” (Lc 21:24). O
Egito e seus aliados subiram, pela terra de Israel, ao encontro de
Nabucodonosor e seus exércitos que desciam vindos do norte. Nos versículos 3 ao
12 temos a convocação dos exércitos egípcios e a ordem para marcharem para a terra
de Israel. Isto é um prenúncio do ponto nº 1 do sumário.
Nabucodonosor derrotou os exércitos de Faraó e prosseguiu em
direção ao sul, pela terra de Israel, entrando no Egito e conquistando também
aquela terra (vs. 13-26). E então, nos capítulos 47 a 49, encontramos os vários
países vizinhos, localizados ao redor de Israel, caindo sob o juízo por ocasião
da passagem do exército de Nabucodonosor. Nós os vemos se dispersando e fugindo
em todas as direções a fim de escaparem dos exércitos de Nabucodonosor, quando
estes passam saqueando e pilhando. Este é um prenúncio do ponto nº 2 do sumário.
Em seguida, nos capítulos 50 e 51, vemos o julgamento da cidade de
Babilônia. Isto não está se referindo a Nabucodonosor e seus exércitos caldeus
conquistando, mas é uma futura referência ao rei Belsazar lá na terra da
Babilônia uns 70 anos mais tarde. Está muito distante no tempo e circunstâncias
daquilo que Nabucodonosor fez na terra de Israel. O juízo da Babilônia (a cidade),
como mostramos, é figura do julgamento dos poderes Ocidentais sob a liderança
da besta e do anticristo. Ciro, rei da Pérsia, executou, na verdade, o julgamento
(Is 44:28-47:15). (Dario, o medo, o ajudou – Dn 5:30-31). Ciro é uma figura de
Cristo que aparecerá com os exércitos celestiais no fim da grande tribulação
para destruir os exércitos ocidentais assim que chegam do Ocidente.
O capítulo 51:1-2 descreve “um
vento destruidor” e “padejadores”
peneirando a palha na Babilônia, o que é uma figura do julgamento
discriminatório executado pelos anjos na “ceifa”
da terra profética – quando “será levado
um e deixado o outro” (Mt 13:39-43, 24:40-41). Após esse julgamento peneirador
ter sido executado, as pessoas na Babilônia (o Ocidente) são vistas como sendo
poucas. Estes capítulos então são prenúncios dos pontos nº 3 e nº 4 do sumário.
Após Ciro haver julgado Babilônia, ele deu liberdade aos judeus
que estavam cativos ali, e um remanescente deles retornou para sua terra (Is
45:13; Ed 1:1-4). Isso é apresentado também em Jr 50:4-20. A profecia, de fato,
vai mais além do retorno dos judeus e contempla também a volta das dez tribos.
Isto corresponderia à restauração de Israel descrita no intervalo do sumário antes da vinda de Gogue (Rússia) no ponto nº 6 do sumário.
Embora as profecias de Jeremias não cheguem até o julgamento de
Gogue (Rússia), elas cobrem os quatro primeiros pontos do sumário e a
restauração de Israel. Podemos ver mais uma vez que a ordem desses eventos é a
mesma.
[1] N. do A.: Infelizmente,
muitos escritores que expuseram acerca dos escritos dos profetas do Velho
Testamento não vão além da aplicação histórica e do seu cumprimento. No
entanto, essas profecias devem conter algo mais do que uma simples aplicação
histórica, do contrário, por que teriam sido incluídas na Escritura? Cremos que
Deus registrou as batalhas entre esses antigos reis por eles prefigurarem
eventos futuros. J. N. Darby disse: “Não posso duvidar que todas essas
profecias de julgamentos se relacionam, numa perspectiva trazida mais próxima
pela energia do Espírito, com os eventos dos últimos dias, os quais serão um
completo cumprimento dos propósitos e intenções de Deus. Os julgamentos que Ele
executou já estão parcialmente cumpridos na conquista de Nabucodonosor, mas
ainda estão para ser completamente cumpridos mais tarde em favor de Israel.
Porém, repito, a mente do Espírito vai muito além, e, de um certo modo, se
estende até os últimos dias” (Synopsis of
the Books of the Bible).
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