sábado, 16 de junho de 2018

A Restauração de Israel

A vinda do Senhor (a Aparição) não será somente para a destruição dos poderes dos gentios, mas também para a libertação do remanescente judeu crente e para a restauração das dez tribos dispersas de Israel[1] (Lc 18:1-8; Sl 90-106 – o quarto livro dos Salmos).
A restauração de Israel acontecerá em duas fases. Primeiramente, os judeus (as duas tribos – Judá e Benjamim), que terão passado pela grande tribulação na terra de Israel, serão restaurados ao Senhor. Então, em segundo lugar, as dez tribos, que estão dispersas nos quatro cantos da Terra (Dt 28:25; 32:26), retornarão para serem restauradas ao Senhor (Dn 12:1-2; Ez 37:15-17; Zc 12:7; Jr 33:7; 2 Sm 2:1-4*, 5:1-3*[2], 19:9-15*[3]) (Em cada referência a Judá – os judeus são mencionados primeiro).
Embora os que estão no Ocidente verão Cristo em todo o Seu esplendor (2 Ts 1:7-9, 2:8), evidentemente os judeus não O verão imediatamente[4]. Enquanto o Senhor estiver julgando a confederação ocidental e o rei do norte, Ele aparentemente estará Se ocultando da vista deles. Sua Aparição, sob a perspectiva ocidental, é mencionada como sendo numa nuvem”, sugerindo um ocultamento parcial de Sua Pessoa com respeito aos judeus. Aparentemente isso é feito para reservar um tempo quando Ele irá Se revelar a eles privadamente (Lc 21:27; Is 8:17; Sl 88:14; Gn 45:1-5*). Quando Sua vinda (a Aparição) se refere à restauração dos judeus, é dita como sendo sobre as nuvens”. Isto implica numa manifestação completa a Seus irmãos (Mt 24:27, 30, 26:64; At 1:9-11).
O Senhor será visto sobre o Monte das Oliveiras. Quando Seus pés tocarem o monte, este irá se partir ao meio, formando um grande vale indo do Oriente ao Ocidente (Zc 14:4).
O Senhor Se revelará aos judeus nesse momento, numa manifestação calma e íntima. Essa manifestação em privacidade acontecerá somente entre o Senhor e os judeus (Zc 14:4; At 1:9-11; Zc 12:10-14; Gn 45:1-5*).
Aqueles que virem Cristo atuarão como mensageiros ao resto do remanescente judeu e irão pelas montanhas, onde muitos estarão escondidos, a fim de levar as boas novas da Sua volta à Jerusalém. O remanescente sairá de seus esconderijos e seguirá em direção ao vale formado pelos pés do Senhor (Is 52:7; Zc 14:5).
Os do remanescente judeu olharão para aqu’Ele a Quem traspassaram e se lamentarão em arrependimento. Eles assumirão a culpa da nação pelo sangue, por haverem crucificado o Senhor da glória, e serão restaurados a Ele nesse momento (Sl 51:14; At 2:23; Gn 44:14-34*; Is 53; 2 Sm 19:15* (“Gilgal” – o lugar do julgamento próprio); Zc 12:10-14; Jo 20:24-28*).
O remanescente de Judá e Benjamim (os judeus) chorarão por seus irmãos, as tribos dispersas de Israel. O Senhor os confortará com a promessa de que eles voltarão (Jr 31:15-17, compare com Ct 8:8).
O Senhor reunirá as dez tribos de Israel de volta à sua terra naquele tempo (Dt 30:1-5; Is 10:20-22, 11:11-13, 26:19, 27:12-13, 35:10, 49:8-26, 66:19-20; Jr 30-33, 46:27-28; Ez 20:34, 34:11-16, 36:16-38, 37:1-28; Dn 12:2; Os 6:1-3, 14:1-9; Mq 4:6-7, 5:3; Zc 8:7-8; Am 9:14-15; Sl 68:22, 107-150 – o quinto livro dos Salmos – particularmente os Salmos 120-134, por exemplo o Salmo 122:4; Gn 46:1-29*; Lv 23:24-25* – “festa das trombetas”)
O Senhor usará os Seus anjos para reunir Seus eleitos das tribos de Israel. Um grupo muito grande de israelitas virá de todos os países do mundo, de lugares tão distantes como a China [“Sinim” – Is 49:12] e de partes da Rússia [“Meseque” – Sl 120:5] (Mt 24:31; Jr 31:8, 15:4; Dt 28:25; Ez 36:24).
Alguns do remanescente restaurado dos judeus também serão usados como mensageiros ou instrutores para as dez tribos de Israel (Is 6:8-13; Gn 45:9-13*, 46:28*, Jo 1:43-49*, Dn 12:3).
█ Aqueles que têm fé verdadeira entre as tribos de Israel virão chorando e quebrantados em seu espírito, após seu longo exílio de quase 2.750 anos (Jr 31:6-9; Sl 84:5-8).
As tribos de Israel também irão louvar o Senhor quando retornarem à sua terra (Sl 138).
O “braço” do Mar Vermelho (os braços ocidental e oriental do mar, que formam a península do Sinai), as sete correntes do rio Nilo, e o rio do Egito (uma pequena corrente a aproximadamente 45 km a leste de Suez) se secarão. Isto abrirá uma passagem ampla e fácil às tribos que retornarão do sul (Is 11:15-16, 19:5-10, 27:12-13).
As necessidades das tribos de Israel que retornaram serão atendidas por algumas nações gentias que se voluntariamente servirão a elas diante do poder e glória do Senhor, que então serão manifestados na Terra (Sl 18:44-45, 66:3). As tribos de Israel virão à terra por toda a forma imaginável de transporte – em cavalos, mulas, camelos, carros, carroças e em navios (Is 11:12, 14:1-2, 49:9-23, 60:8-9).
A volta das dez tribos à terra de Israel será bem rápida – entre os 1.290 e os 1.335 dias contados a partir da metade da semana profética (Is 60:8-9, 66:8; Dn 12:11-12).
À medida que os anjos forem reunindo os eleitos de Israel (Mt 24:31), uma multidão mista de israelitas virá com eles. O Senhor trará para o deserto[5], nas fronteiras da terra, as tribos que estiverem voltando, para os peneirar. Os rebeldes (aqueles sem fé) serão tirados de entre eles, e aqueles que têm fé serão introduzidos na terra para voltarem à companhia de seus irmãos – os judeus (Ez 11:9-10, 20:35-38; Os 2:14-15; Am 9:9-10; Sf 3:10-12; Jr 31:17; Sl 135:14, 18).
Quando as tribos que retornam virem o Senhor perguntarão: “Que feridas são essas nas Tuas mãos?” O Senhor responderá: “São as feridas com que fui ferido em casa dos Meus amigos” – os judeus (Zc 13:6). Eles não estavam na terra no tempo da crucificação, como estavam os judeus e, consequentemente, a culpa de crucificarem a Cristo não estará na consciência deles. Porém, reconhecerão sua culpa de estarem sob maldição por haverem violado a lei de Jeová e serão restaurados ao Senhor naquele tempo[6] (Lv 23:26-32 – “o dia da expiação”, 26:40-42; Os 5:15).
A nação restaurada de Israel (um remanescente de todas as doze tribos), nascerá, por assim dizer, “de uma só vez” (Is 60:22, 66:8).
O Senhor fará “um concerto novo” com Israel (um remanescente de todas as doze tribos) que durará para sempre (Jr 31:31-34; Hb 8:8-12; Mt 26:28).
█ A um remanescente das doze tribos de Israel será dado “um coração novo”, que significa ser nascido de novo. Consequentemente, terão o desejo de ser obedientes à lei de Deus (Ez 36:25-27). Todos os que tiverem fé em Israel serão “salvos” naquele dia (Rm 11:26).
Toda inimizade será removida de entre as tribos de Israel. Eles irão habitar juntos pacificamente. As dez tribos (chamadas de Efraim) não terão inveja dos judeus (Judá), e os judeus não irão mais oprimir as dez tribos (Is 11:13; Ez 37:15-28, 38:11; Sl 1331-3; Os 1:11).
A boca de Israel estará cheia de riso e sua língua se encherá de cânticos à medida que eles se regozijam juntos (Sl 126).
As tribos de Israel que retornarem encherão a terra de tal maneira que não haverá espaço para todos. Serão como a areia do mar em número e pedirão ao Senhor para ampliar as fronteiras (Is 9:3, 26:15, 49:19-20, 54:1-3; Ez 36:37-38; Zc 10:10; Os 1:10; Sl 115:14).




   [1] N. do A.: Assim como na história, quando Deus, após haver julgado a Babilônia que manteve o Seu povo cativo, fez com que fossem libertos de seu cativeiro e restaurados à sua terra. A queda da besta (líder da Babilônia política de Apocalipse) e do anticristo e seus impérios coloca os judeus em liberdade. J. N. Darby, “Notes and Comments”, vol. 4, pág. 14, 94.

   [2] N. do A.: Davi, que é uma figura de Cristo, foi reconhecido como rei primeiro por Judá – as duas tribos, e então mais tarde pelas outras tribos de Israel. Depois de ele haver sido ungido rei sobre todo o Israel, ele saiu a liderá-los em uma conquista vitoriosa sobre seus inimigos (2 Sm 8). A ordem é a mesma na profecia.

   [3] N. do A.: Quando Davi retornou ao seu povo, após ter sido rejeitado por eles, Judá foi o primeiro a ir encontrá-lo em Gilgal, o lugar do julgamento próprio. Assim será no futuro, quando Cristo voltar (Sua Aparição). Os judeus se arrependerão e serão restaurados a Ele primeiro (Zc 12:9-14), depois as dez tribos virão para a terra e serão restauradas depois.

   [4] N. do A.: C. E. Lunden, “Prophetic Scriptures”, pág. 55.

   [5] N. do A.: Existe uma clara analogia entre a jornada dos filhos de Israel do Egito à Canaã, e a jornada das tribos que voltam para sua terra após a tribulação. Muitos dos profetas correlacionam as duas ocasiões (Is 11:15-16, 51:9-11; Jr 16:14-15; Ez 20:34-36, etc.). Os filhos de Israel empreenderam sua jornada, saindo do Egito (uma figura do mundo), pelo deserto (o lugar de provas), onde muitos que tinham um coração mau e incrédulo caíram, até Canaã (a terra prometida). As tribos de Israel que retornarão no dia vindouro também sairão de todas as partes do mundo (Ez 20:34), passando pelo deserto onde serão provadas (Ez 20:35-39), para serem então introduzidas na terra prometida (Ez 20:40-44). Nos dias em que Josué guiou os filhos de Israel para a terra de Canaã, o coração deles não era correto para com Deus e por isso perderam a posse dela. Mas no dia vindouro eles terão um novo coração e um novo espírito, tendo a lei de Jeová em suas entranhas (Jr 31:33; Ez 36:26), por serem nascidos de novo. Eles, em consequência, possuirão a terra perfeitamente naquele dia (Is 60:21; Ez 37:25; Jl 3:20).

   [6] N. do A.: O arrependimento dos judeus e o das dez tribos será diferente. Os judeus rejeitaram a Cristo e irão receber o anticristo; as dez tribos de Israel não são culpadas de nenhuma destas coisas. Os judeus trarão sobre si a culpa do sangue pela crucificação de Cristo (Sl 51:14), pois são culpados de Sua morte (At 2:23). As dez tribos, porém, são culpadas de terem violado a lei de Jeová. Reconhecerão sua culpa por isso diante do Senhor (Sl 88), havendo sentido suas consequências ao terem sido dispersados por todo o mundo (Dt 28:25).

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